Uma primeira operação ocorreu na região de Boucle du Mohoun (norte, na fronteira com o Mali), indica um comunicado do Estado-Maior do Exército.
"As acções de inteligência [serviços secretos] permitiram localizar esconderijos terroristas e realizar grandes ofensivas. O apoio de artilharia às unidades terrestres foi particularmente decisivo", especifica o texto, acrescentando que "os assaltos às bases terroristas de Bourasso e Zonakuy neutralizaram pelo menos 100 terroristas".
Ainda segundo o Exército, dois militares do Burkina Faso morreram na operação e outros 18 ficaram feridos.
Uma segunda operação, na sequência do ataque a uma mina em Namisiguima (norte), neutralizou "mais de 20 terroristas", avança a nota.
No sábado passado, num ataque a uma mina, em Bam, no centro do país, morreram, pelo menos 13 civis. O ataque foi executado por pessoas armadas não identificadas, segundo informaram hoje fontes locais, num momento em que se deteriora, cada vez mais, a situação de segurança no Burkina Faso.
Estas fontes detalharam, em declarações ao portal de notícias Infowakat, que o ataque foi realizado em Somlamisguima, na comuna de Nasseré, acrescentando que resultaram, pelo menos, 13 mortos, enquanto 20 terroristas foram "neutralizados" (mortos) numa operação realizada na área, após a acção violenta.
O Exército do Burkina Faso não se pronunciou sobre este ataque, em concreto.
No comunicado, o Exército fala de uma terceira operação, "planeada no âmbito do G5 Sahel e liderada por unidades de Burkina Faso e Níger", que ocorreu de 04 a 10 de Junho, na área de Markoye (nordeste, fronteira com o Níger) com o objectivo de prestar assistência médica à população.
Isso tornou possível "neutralizar oito terroristas", segundo as forças do Burkina Faso.
O G5 Sahel, criado em 2014, era composto, desde 2017, por uma força de 5.000 militares dos exércitos de Mauritânia, Chade, Níger, Burkina Faso e Mali. Porém, este último país retirou-se no mês passado desta força, porque a junta no poder em Bamaco considerou que a organização foi "instrumentalizada de fora".
De acordo com o Exército do Burkina Faso, as várias operações aéreas e terrestres "geraram um surto de violência por parte de terroristas contra as populações civis de várias localidades".
Na noite de 11 para 12 de Junho, vários indivíduos armados atacaram a cidade de Seytenga (norte, perto do Níger), disparando indiscriminadamente contra a população civil.
De acordo com um relatório oficial, 86 pessoas foram mortas e 20.000 habitantes fugiram da localidade.
Este foi o segundo ataque mais mortal registado até agora no Burkina Faso, país que, desde 2015, tem sido frequentemente atingido por ataques de grupos terroristas afiliados na Al-Qaida ou na organização Estado Islâmico.
No final de Janeiro, num golpe de Estado, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba derrubou o Presidente eleito do Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, acusado de não ter conseguido conter a violência jihadista, e fez da restauração da segurança a sua "prioridade".