O país da África Ocidental registou uma inflação de 27% em Maio, o nível mais alto em duas décadas, atribuído aos efeitos em cadeia provocados na economia gabonesa pela pandemia e em seguida pela guerra na Ucrânia.
O Presidente do Gabão, Nana Akufo-Addo, começou por rejeitar a possibilidade de solicitar a assistência financeira do FMI, mas hoje "autorizou o ministro das Finanças, Ken Ofori-Atta, a celebrar compromissos formais" com o Fundo, anunciou o ministro da Informação, Kojo Oppong Nkrumah, através de uma declaração.
"Isto segue-se a uma conversa telefónica entre o Presidente e a diretora-executiva do FMI, Kristalina Georgieva, a quem transmitiu a decisão do Gana de se comprometer com o Fundo", afirma a declaração.
"O compromisso com o FMI terá como objetivo fornecer apoio à balança de pagamentos (...) para acelerar a recuperação do Gana em relação aos desafios provocados pela pandemia de covid-19 e, recentemente, pelas crises na Rússia e na Ucrânia", acrescenta a declaração.
Os ganeses têm vindo a manifestar-se há vários meses contra o elevado custo de vida, num contexto de aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, exercendo pressão sobre o Presidente Akufo-Addo.
As disputas políticas têm-se sucedido igualmente no seio do parlamento ganês, que funciona sem uma maioria, ao mesmo tempo que o Governo tem vindo a tentar impor reformas que acredita poderem salvar a economia.
O Presidente Akufo-Addo depara-se com a urgência de encontrar novas fontes de receitas para compensar o peso da dívida externa do país, que representa quase 80% do Produto Interno Bruto (PIB).
Na última vez que recorreu ao FMI, o Gana obteve um empréstimo de cerca de mil milhões de dólares (964 milhões de euros, ao câmbio atual) em troca de um plano de austeridade fiscal, que incluía uma redução da despesa pública.