O anúncio foi feito pelo vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, o segundo homem mais forte do chavismo, depois do Presidente Nicolás Maduro.
"A Venezuela tem petróleo, não apenas para a Espanha, mas também para a Europa (...) mas têm que pagá-lo. E terão de pagar ao preço que é, e dadas as circunstâncias terão que pagar antecipadamente (...) e num mecanismo que permita à Venezuela utilizar os recursos que vão pagar por esse petróleo", disse, durante uma conferência de imprensa em Caracas.
Diosdado Cabello sublinhou que a Venezuela "está bloqueada" por sanções internacionais e questionou "como é que eles vão pagar com contas bancárias em Portugal, se nos tiraram o dinheiro da PDVSA [empresa estatal Petróleos da Venezuela SA] em Portugal", numa alusão aos fundos que o Governo venezuelano reclama estarem retidos no Novo Banco.
O político questionou também como poderia ser feito o pagamento num banco de Inglaterra, "se nos roubaram o ouro?" e recomendou que "quando decidam vir à Venezuela, devem ter em conta os danos que causaram ao povo do nosso país".
Cabello acusou a petrolífera espanhola Repsol, de ter abandonado todos os investimentos que tinha na Venezuela, causando grandes prejuízos ao país.
"Não lhes devemos nada. Eles estão em dívida connosco. E é daí que temos de começar a fazer contas, se quiserem os nossos serviços", frisou.
Cabello acrescentou que se trata de "uma situação geopolítica que tem a ver com uma necessidade real destes países" europeus.
"Estão muito próximos da Rússia, mas foram atrás do imperialismo norte-americano, do seu chefe. É por isso que vos digo que quem governa a Espanha e a Europa está na Casa Branca", disse.
Segundo Cabello, os países da Europa têm agora problemas "com gás, gasolina, combustível, fertilizantes, e os Estados Unidos não vão poder ajudá-los (...) Estamos agora no Verão, mas o Inverno é inevitável e é muito rigoroso".
"Imaginem como vai subir o custo dos serviços energéticos em toda a Europa (...) Estão a procurar uma forma de resolver os problemas que eles próprios criaram por seguir os EUA, todas as políticas dos Estados Unidos. Nós repetimos o que sempre dizemos. Aqui há petróleo, tudo o que precisem para mais de 100 anos, mas têm de pagar por ele, não o vão levar, não o vão roubar", disse.
O político venezuelano frisou ainda que, se quiserem falar sobre o abastecimento de petróleo e de gás, os governos europeus têm de dialogar com o Presidente da Venezuela.
"Com Nicolás Maduro Moros, o Governo bolivariano, revolucionário e chavista da Venezuela", sublinhou.