Ex-estratega de Trump começa a ser julgado por desobediência ao congresso

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 jul 2022 8:42

O ex-estratega de Donald Trump, Steve Bannon, começou a ser julgado esta terça-feira por desobediência criminal ao congresso norte-americano, depois de ter ignorado a intimação da comissão parlamentar que investiga o assalto ao Capitólio de 2021.

Se for considerado culpado, Bannon enfrenta uma pena mínima de trinta dias e máxima de um ano de prisão para cada uma das duas acusações, bem como multas entre 100 a 100 mil dólares cada.

A procuradora do Departamento de Justiça, Amanda Vaughn, disse na declaração de abertura que Bannon "impediu o governo de obter a informação importante de que precisava", nomeadamente sobre os eventos em torno do 6 de Janeiro de 2021.

"Porque era uma intimação, o congresso tinha direito à informação que requeriu. Não era opcional. Não era um pedido. Não era um convite. Era obrigatório", afirmou Vaughn, citada pela CNN.

Bannon não cooperou, não testemunhou e não forneceu os documentos pedidos pela comissão bipartidária liderada pelo democrata Bennie Thompson e a republicana Liz Cheney, após reiterados esforços até ao prazo final. Vaughn afirmou que o governo não pode funcionar se os cidadãos não seguirem as suas regras.

O interesse da comissão em Steve Bannon deveu-se ao seu trabalho junto de Trump quando este ocupava a Casa Branca, os laços que manteve com o ex-presidente e o que disse no seu podcast, "War Room", no período que antecedeu o ataque ao Capitólio.

Na resposta, o advogado de defesa de Bannon, Evan Corcoran, disse que o arguido está "inocente destas acusações" e que não ignorou a intimação. Alegando que o prazo -- 14 de Outubro de 2021 -- não era firme, Corcoran afirmou que não houve crime de desobediência porque estavam em curso negociações entre os representantes legais de Bannon e a comissão.

Bannon alegara que não podia testemunhar nem fornecer documentos porque estava sob a alçada do "privilégio executivo" imposto pelo antigo presidente.

O advogado urgiu ainda os jurados a questionarem se as provas que vão ver são afectadas por questões políticas, que disse serem "o sangue vital da Câmara dos Representantes", que alberga a comissão parlamentar que investiga o assalto ao Capitólio.

Dias antes do início do julgamento, o anterior advogado de Steve Bannon enviou uma carta à comissão indicando que este estava disponível para testemunhar, nove meses após o fim do prazo, porque Donald Trump levantou o privilégio executivo invocado durante este tempo.

A primeira testemunha foi Kristin Amerling, directora de equipa e advogada da comissão parlamentar, que explicou o interesse no testemunho de Steve Bannon e a urgência temporal da recolha de provas na investigação, numa altura em que disse que "a ameaça às instituições democráticas continua".

O júri é composto por nove homens e cinco mulheres e o julgamento é presidido pelo juiz Carl Nichols.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 jul 2022 8:42

Editado porAndre Amaral  em  8 abr 2023 23:28

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