“Num envolvimento dinâmico, os especialistas da CEDEAO e da Guiné desenvolveram em conjunto um cronograma consolidado para a transição de 24 meses”, afirma a organização em comunicado, que não especifica a data de início desse período.
O anúncio foi feito depois de terminar, na sexta-feira, uma visita a Conacri de uma missão técnica do bloco regional, composto por quinze países, para acordar um “cronograma de transição aceitável para a CEDEAO e o governo de transição para garantir o retorno à ordem constitucional”, segundo a nota.
Estas reuniões foram realizadas depois da CEDEAO ter ameaçado, numa reunião em Setembro passado, impor sanções às autoridades golpistas.
A Guiné-Conakry é liderada pela junta militar chefiada pelo coronel Mamadi Doumbouya desde 05 de Setembro de 2021.
Recorda-se que os membros do Grupo de Forças Especiais do Exército deram um golpe de Estado e derrubaram o então presidente, Alpha Condé, que governava desde 2010 após optar por um controverso terceiro mandato em Outubro de 2020, não permitido pela Constituição guineense.
O coronel argumentou que o golpe procurava "criar as condições para um estado de direito".
O Conselho Nacional de Transição (CNT) – Parlamento Provisório formado por 81 membros de partidos políticos, grupos da sociedade civil, sindicatos, empregadores e forças de segurança, entre outros – anunciou em 11 de Maio uma transição de 36 meses.
Esse prazo foi rejeitado pela CEDEAO e pela oposição guineense, que em 01 de Julho pediu a esta organização regional que intervenha no diálogo entre a classe política, a sociedade civil e a junta militar para o regresso à ordem constitucional.
A Guiné-Conacri é um dos países mais pobres do mundo, mas tem um potencial significativo de mineração, hidráulicos e agrícolas.
As suas reservas de bauxite – matéria-prima para a produção de alumínio – estão entre as mais importantes do mundo.