Dissidência política na China aumenta apesar de repressão do regime

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 nov 2022 7:56

A dissidência política está a aumentar de forma generalizada na China, apesar do clima de repressão do regime de Pequim, conclui um estudo de uma organização não governamental, citado pela Freedom House.

O China Dissent Monitor registou 668 casos de dissidência na China, entre Junho e Setembro deste ano, em situações relacionadas com manifestações contra a paralisação de projectos habitacionais, violações de direitos dos trabalhadores, fraude, ou violência das forças policiais.

O estudo do China Dissent Monitor é citado pelo 'think tank' Freedom House, com sede em Washington, que conclui que, apesar do regime cada vez mais repressivo do Partido Comunista Chinês, a dissidência na China é vulgar e geograficamente generalizada.

A análise feita revelou que um em cada quatro casos (168 situações) de dissidência provocaram represálias por parte das autoridades, incluindo violência, intimidação, detenção e censura, ilustrando o modo de acção das autoridades de Pequim.

"Ao contrário do que o Partido Comunista Chinês quer que o mundo acredite, pessoas em todas as partes da China estão a enfrentar a máquina de censura e a repressão de Pequim, para fazer ouvir as suas vozes", comentou Michael J. Abramowitz, presidente da Freedom House.

De acordo com o estudo do China Dissent Monitor, o maior número de casos de dissidência ocorreu em Hebei, a norte de Pequim; em Henan, na China central; e em Guangdong, no sul, provando que estas situações estão geograficamente dispersas.

O documento do Monitor relata, a título de exemplos, o caso de centenas de habitantes de Xi'na que protestaram nas ruas contra uma nova política de planeamento escolar, ou de centenas de compradores de casas em Chongqing que ocuparam uma empresa imobiliária para protestar contra o fracasso de um projecto habitacional, ou ainda de aldeões de Xiaowang, que bloquearam uma estrada para contestar contra alegados casos de corrupção de funcionários do Governo local.

O estudo revela ainda que a dissidência é generalizada na Internet, apesar dos esforços do Partido Comunista Chinês para prevenir o uso de canais 'online' para fins políticos, tendo sido detectados 18 casos de movimentos contestatários que recorreram a plataformas digitais para criticar o Governo de Pequim.

"A dissidência na China é vibrante e generalizada, tanto 'offline' como 'online'", defendeu Kevin Slaten, líder da equipa de investigação do China Dissent Monitor, uma organização que foi criada como resposta às restrições aplicadas aos meios de comunicação chineses.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 nov 2022 7:56

Editado porAndre Amaral  em  6 ago 2023 23:29

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