Afigura do papa emérito não está regulamentada, o que levou a que nos últimos dias, quando se soube do agravamento do estado de saúde de Joseph Ratzinger, se tivessem iniciado as reuniões no Vaticano sobre o protocolo após a morte do pontífice que cessou funções há quase 10 anos, segundo a Efe.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, o último desejo de Bento XVI foi que o seu funeral fosse "tão simples quanto possível. Solene, mas sóbrio", noticia a agência noticiosa espanhola.
Por enquanto, Bruni explicou apenas que o funeral de Bento XVI será oficiado pelo papa Francisco em 05 de janeiro, às 09:30 locais (07:30 em Cabo Verde), na Praça de São Pedro -- entre quatro a seis dias após a morte do pontífice, conforme a tradição.
No entanto, o porta-voz não detalhou se será um funeral de Estado, para o qual serão convidadas as autoridades de todos os países do mundo.
O corpo estará exposto na Basílica de São Pedro a partir de segunda-feira e até à véspera do funeral, sendo que ainda não se sabe se o corpo será embalsamado, como aconteceu com alguns dos seus antecessores.
Ainda não se sabe, também, se o corpo de Ratzinger será colocado em três caixões, como é costume: um de cipreste forrado com veludo carmesim e envolto noutro de chumbo de quatro milímetros de espessura, por sua vez envolto noutro de madeira de olmo envernizado.
O lugar do seu enterro é também desconhecido, embora o seu biógrafo, Peter Seewald, acredite que seja na cripta dedicada aos pontífices sob a basílica vaticana.
Em antecipação do fluxo de fiéis na segunda-feira, a praça de São Pedro foi já fechada a todos os turistas e visitantes, estando os veículos proibidos de estacionar nas ruas adjacentes.
O papa emérito Bento XVI, que morreu hoje com 95 anos, abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, a dois meses de comemorar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, e foi Papa entre 2005 e 2013.
Ratzinger tornou-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram casos que agitaram o seu pontificado.
Bento XVI ordenou uma inspeção às dioceses envolvidas, classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.
Durante a viagem a Portugal, em maio de 2010, Bento XVI disse que "o perdão não substitui a justiça".