"Este genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais também", afirmou Lula da Silva referindo-se a Bolsonaro que está em Orlando, nos Estados Unidos.
"Na verdade, ele fugiu para não me colocar a faixa. É muito triste. Depois da festa democrática do dia primeiro [de Janeiro], a festa mais importante da posse de um Presidente da República", acrescentou o chefe de Estado brasileiro, referindo-se a ausência de Bolsonaro na cerimónia de posse que marcou o início da sua gestão.
Referindo-se às centenas de 'bolsonaristas' que resistiram acampados em áreas de Brasília, principalmente defronte do quartel-general do Exército, Lula da Silva disse que tiveram medo de atacar no dia da sua posse devido à presença dos apoiantes do novo chefe de Estado que estavam na Praça dos Três Poderes, mas considerou que os extremistas que apoiam o ex-presidente aproveitaram "o silêncio de um domingo quando a gente ainda está montando um governo" para atacar os prédios públicos mais emblemáticos de Brasília.
"Hoje todo mundo sabe que tem mais de um discurso do ex-presidente da República estimulando isso. Ele [Bolsonaro] estimulou a invasão na Suprema Corte", afirmou Lula da Silva.
"Mas ele [Bolsonaro] chegou, estimulou a invasão dos três poderes" e "isso também é da responsabilidade dele. Isso é da responsabilidade dos partidos que sustentam ele. E tudo isso vai ser apurado com muita, com muita rapidez", concluiu.
O Presidente brasileiro decretou a intervenção federal em Brasília depois de centenas de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro terem invadido e vandalizado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes dos poderes legislativo, executivo e judicial.
Os manifestantes, que furaram as barreiras de protecção da polícia, pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.
A Polícia Militar conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do STF e o chefe de Estado brasileiro prometeu que todos os responsáveis pelas invasões serão punidos.