Lula da Silva participou no encerramento de uma conferência de trabalhadores da saúde pública e lembrou o "sofrimento" do país durante a pandemia, que eclodiu no Brasil durante o governo de Bolsonaro e causou mais de 700 mil mortes.
“As 700 mil vidas que se perderam, também foram pelo negacionismo, pela falta de vacina e má gestão do antigo Governo”, criticou o Presidente brasileiro.
“Isso não ficará impune na história da saúde brasileira”, disse, sem pronunciar uma única vez o nome de Bolsonaro.
Jair Bolsonaro liderou uma dura campanha contra as vacinas, negou a gravidade do novo coronavírus e instou a sociedade a não respeitar os confinamentos decretados pelas autoridades locais.
O ataque de Lula da Silva ao ex-presidente foi recebido pelos participantes da conferência de saúde pública com gritos de "inelegível", em referência a uma decisão tomada na semana passada pela justiça eleitoral, que suspendeu os direitos políticos de Bolsonaro por oito anos.
Jair Bolsonaro, que ao ser derrotado nas eleições de Outubro perdeu direito a imunidade, tem ainda, pelo menos, cinco investigações no Supremo Tribunal Federal que o podem levar à prisão.
Interferir na Polícia Federal para proteger familiares suspeitos de corrupção, disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral e afirmações falsas durante a pandemia quando ligou a vacina contra a covid-19 ao risco de contrair sida são alguns dos processos que o ex-presidente enfrenta.
Outro dos processos investiga o assalto de milhares de apoiantes de Bolsonaro às sedes dos três poderes, em Brasília, em 8 de Janeiro, alegadamente com a intenção de forçar um golpe de Estado contra o actual Presidente, Lula da Silva.