O Burkina Faso e o Mali enviam uma delegação a Niamey, chefiada pelo ministro maliano Abdoulaye Maïga, um dos homens fortes da junta do Mali, anunciou o exército maliano nas redes sociais. "O objectivo é demonstrar a solidariedade dos dois países para com o povo irmão do Níger", acrescentou.
A delegação deverá chegar hoje ao Níger, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Níger.
O anúncio desta visita surge pouco depois de ter expirado, à meia-noite de domingo, o ultimato estabelecido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os militares nigerinos reinstaurem o Presidente deposto Mohamed Bazoum. A CEDEAO ameaçou recorrer à força após o termo do prazo.
O Mali e o Burkina Faso, onde os militares também tomaram o poder pela força em 2020 e 2022, avisaram numa declaração conjunta que considerariam essa intervenção como uma "declaração de guerra".
A 26 de julho, soldados amotinados instalaram o líder, general Abdourahamane Tiani, como novo chefe de Estado do Níger.
O golpe de Estado vem acrescentar mais um motivo de preocupação na região da África Ocidental, que se debate com a tomada de poder pelos militares no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso, o extremismo islâmico e uma mudança de atitude de alguns Estados em relação à Rússia e ao grupo de mercenários Wagner.