Israel: Pelo menos 189 actos antissemitas em França desde início do ataque

PorExpresso das Ilhas, Lusa,14 out 2023 18:45

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou hoje que se registaram 189 actos antissemitas em França desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, a 07 de Outubro.

"Foram registados 189 actos antissemitas desde sábado passado e também 2.449 denúncias na plataforma Pharos relacionadas com a apologia do terrorismo ou comentários antissemitas na Internet", declarou Darmanin numa conferência de imprensa no seu ministério.

Entretanto, aumentou o número de cidadãos franceses mortos nos ataques do Hamas a Israel, cifrando-se actualmente em 17 mortos e 15 desaparecidos, indicou hoje o gabinete da ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, acabada de regressar de Telavive.

Os cidadãos franceses mortos foram identificados entre as vítimas dos ataques, referiu o gabinete da MNE francesa, acrescentando que Colonna se encontrará no domingo com famílias francesas que estão sem notícias dos seus membros.

Depois de um jornalista ter sido morto e vários outros feridos na sexta-feira no sul do Líbano, junto à fronteira com Israel, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês emitiu hoje um comunicado pedindo que "todos os que trabalham em defesa de uma informação livre e independente sejam protegidos".

"França envia as suas condolências às famílias e aos colegas do jornalista morto no exercício das suas funções no Líbano" e "deseja uma rápida recuperação dos seus colegas feridos", declarou o ministério na nota de imprensa.

O Quai d'Orsay (sede do MNE francês) reafirmou também "o seu empenho permanente e determinado, em todo o mundo, em prol da liberdade de imprensa e da protecção dos jornalistas".

"Prestamos homenagem a todos aqueles que trabalham para a defesa de uma informação livre e independente e pedimos que sejam protegidos", acrescentou o ministério.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas - desencadeada a 07 de Outubro por um ataque de dimensões sem precedentes protagonizado pelo movimento islamita palestiniano no poder desde 2007 na Faixa de Gaza -, o sul do Líbano tem sido palco de fogo entre o movimento xiita libanês Hezbollah e o Exército israelita e de tentativas de incursão em Israel.

Um jornalista da agência de notícias britânica Reuters foi morto na sexta-feira e vários outros, entre os quais mais dois da Reuters, dois da estação de televisão do Qatar Al-Jazeera e dois da agência de notícias francesa AFP, ficaram feridos num ataque atribuído pelas autoridades libanesas a Israel.

Entretanto, o Hezbollah anunciou hoje ter atacado posições israelitas numa zona fronteiriça disputada.

Dois civis libaneses foram também mortos num bombardeamento israelita em Chebaa, no sul do Líbano, indicou hoje o presidente da câmara da localidade, Mohammad Harb.

A Presidência da República francesa reagiu hoje à situação tensa na fronteira entre o Líbano e Israel, que classificou como preocupante, defendendo que os libaneses e o forte movimento armado pró-iraniano Hezbollah devem "manter-se à margem do conflito" entre Israel e o Hamas.

O Hezbollah e os libaneses devem "imperativamente dar provas de contenção para evitar abrir uma segunda frente [de combate] na região" do Médio Oriente, cuja "primeira vítima seria o Líbano", sustentou o Eliseu em declarações à imprensa.

Além disso, a Presidência francesa sublinhou que o Irão, um dos principais actores da região, deve igualmente "abster-se de se juntar às tensões" e "de fornecer apoio operacional" ao Hamas.

"Mas nós sabemos que armas do Irão foram para Gaza, que o controlo do mar é difícil e conhecemos os laços que unem o Hezbollah ao Irão", observou um porta-voz da Presidência francesa.

"O Irão tem um papel a desempenhar que pode ser muito negativo na actual situação, mas também pode ter um papel positivo, que é a abstenção", para "impedir uma escalada no conflito regional", acrescentou o porta-voz, afirmando que o Presidente francês, Emmanuel Macron, vai contactar o homólogo iraniano para lhe transmitir esta mensagem.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,14 out 2023 18:45

Editado porSara Almeida  em  8 mai 2024 23:28

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