Comunidade internacional condena ataque israelita a civis palestinianos

PorExpresso das Ilhas, Lusa,1 mar 2024 8:34

União Europeia, França e China condenaram o ataque de Israel que causou cerca de 100 mortos entre um grupo de palestinianos que aguardavam pela distribuição de ajuda alimentar.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, denunciou esta quinta-feira a "nova carnificina" e mortes "totalmente inaceitáveis" de mais de 100 civis que aguardavam ajuda humanitária em Gaza.

"Estou horrorizado com os relatos de mais carnificina entre civis em Gaza que estavam desesperados por ajuda humanitária", destacou Borrell, através da rede social X.

"Essas mortes são totalmente inaceitáveis", acrescentou o alto representante para a Política Externa e Segurança da UE.

Também o Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou "profunda indignação" face ao ataque de Israel contra civis palestinianos que aguardavam ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza, pediu esclarecimentos e apelou a um cessar-fogo.

"Estou profundamente indignado com as imagens que nos chegaram de Gaza, onde civis foram alvo de ataques de soldados israelitas. Expresso a minha mais firme condenação sobre estes disparos e apelo à verdade, à justiça e ao respeito pelo direito internacional", afirmou o líder francês numa mensagem publicada hoje nas redes sociais.

"A situação em Gaza é terrível. Toda a população civil deve ser protegida. Um cessar-fogo deve ser implementado imediatamente para permitir a distribuição de ajuda humanitária", acrescenta.

Algumas horas antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês já se tinha manifestado em nome do Governo, através de uma mensagem de um porta-voz que considerava "injustificável" o elevado número de vítimas, que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ascende a mais de uma centena de mortos e centenas de feridos.

"É da responsabilidade de Israel respeitar as regras do direito internacional e proteger a distribuição da ajuda humanitária à população civil", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiro francês.

Além de EU e França também a China disse condenar o massacre de civis palestinianos.

"A China está profundamente triste com este incidente e condena-o veementemente", declarou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, quando questionada sobre o assunto.

Esta tragédia ocorreu no mesmo dia em que o Hamas palestiniano anunciou que mais de 30.000 pessoas tinham sido mortas em Gaza desde o início da guerra.

Pelo menos 109 habitantes de Gaza morreram e 760 ficaram feridos durante a madrugada, enquanto aguardavam a chegada de ajuda humanitária transportada por uma caravana de 32 camiões, segundo o Ministério da Saúde, controlado pelo movimento islamita Hamas, que responsabilizou as tropas israelitas.

Por seu lado, o Exército israelita negou hoje ter atacado um comboio humanitário no norte de Gaza, afirmando que os militares estavam a garantir a segurança dos camiões, e garantiu que Israel não limita a ajuda destinada aos palestinianos.

"Não houve qualquer ataque das Forças de Defesa de Israel [FDI] sobre esta ajuda. As FDI estavam a conduzir uma operação humanitária", afirmou o porta-voz do exército israelita Daniel Hagari, numa conferência de imprensa.

Antes, fontes israelitas tinham admitido à agência France-Presse ter disparado munições reais contra a multidão.

Segundo o contra-almirante, "infelizmente, dezenas de mortos e feridos" resultaram de "um incidente", ocorrido pouco antes das 05:00 locais (03:00 em Lisboa), em que "milhares de habitantes de Gaza começaram a empurrar violentamente" os camiões de ajuda humanitária e "a pilhar os bens humanitários".

As FDI, sublinhou, "estavam a garantir a segurança do corredor humanitário para que o comboio humanitário pudesse chegar ao destino, no norte de Gaza" -- uma operação que os militares fizeram nas últimas quatro noites" e, até aqui, "sem qualquer problema".

Durante esta operação humanitária, descreveu, "uma multidão emboscou o comboio, obrigando-o a parar", enquanto os tanques israelitas "tentaram dispersar a multidão com tiros de aviso".

"As centenas [de pessoas] tornaram-se milhares e os tanques retiraram-se de forma cautelosa e segura, [com os militares] a arriscar as suas próprias vidas e sem disparar sobre a multidão", disse Hagari.

As forças israelitas, garantiu, "agiram de acordo com a lei internacional".

"A nossa guerra é contra o Hamas, não contra o povo de Gaza (...). Reconhecemos o sofrimento [dos civis]", disse o representante do exército, que garantiu que Israel está a procurar "formas de expandir esforços humanitários" no enclave palestiniano.

O Exército israelita lançou uma ofensiva contra Gaza em retaliação aos ataques do grupo islamita palestiniano de 07 de Outubro, que provocaram quase 1.200 mortos e 240 raptados.

Desde então, as autoridades de Gaza relataram a morte de mais de 30.000 palestinianos, além de mais de 400 na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, devido às acções das forças de segurança e aos ataques israelitas.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,1 mar 2024 8:34

Editado porAndre Amaral  em  2 mai 2024 23:28

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