Os dois partidos "alcançaram um acordo programático para a formação de um novo Governo de coligação progressista em Espanha", que "servirá para uma legislatura de quatro anos", disseram PSOE e Somar, num comunicado.
O acordo será formalmente assinado e apresentado hoje ao final da manhã, em Madrid, pelo líder do PSOE, Pedro Sánchez, e pela líder do Somar, Yolanda Díaz.
Sánchez é também o primeiro-ministro em funções e Díaz uma das suas actuais vice-presidentes e ministra do Trabalho, no actual Governo de Espanha, que na última legislatura já foi uma coligação do PSOE e da Unidas Podemos (a plataforma de partidos à esquerda dos socialistas a que agora sucedeu o Somar).
PSOE e Somar não têm maioria absoluta de deputados no parlamento espanhol, pelo que para o Governo tomar posse terá de ser viabilizado por outros partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco, com quem continuam a negociar, sem haver ainda acordo.
Se até 27 de Novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
Segundo o comunicado que divulgaram hoje, PSOE e Somar fecharam um acordo com "o objectivo do pleno emprego para a próxima legislatura" e que inclui medidas para a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário ou "um plano de choque contra o desemprego juvenil".
Os dois partidos acordaram, por outro lado, "uma reforma fiscal justa que faça com que a banca e as grandes energéticas contribuam para a despesa pública", sem dar mais detalhes.
O aumento do parque público de habitação até ser 20% do total de casas em Espanha, "rever em alta" os objectivos da Lei das Alterações Climáticas e a universalização da educação até aos três anos de idade são outras das medidas que integram o acordo do PSOE e do Somar.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de Julho e Sánchez tem negociado com os nacionalistas e independentistas bascos, galegos e catalães uma geringonça para a viabilização de um novo governo de esquerda no parlamento.
O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado em 23 de Julho, mas não conseguiu maioria absoluta e o parlamento espanhol rejeitou no final de Setembro a candidatura a primeiro-ministro do presidente dos populares, Alberto Núñez Feijóo.