Desde 8 de Outubro, um dia após o início da guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, a fronteira entre o Líbano e Israel tem sido palco de trocas de tiros cada vez mais intensas, principalmente entre o exército israelita e o grupo xiita libanês Hezbollah.
O grupo xiita afirma ter entrado na batalha para apoiar o seu aliado Hamas.
"Na sexta-feira de manhã cedo, um 'drone' lançou panfletos sobre a aldeia, que caíram entre as casas", disse à AFP um habitante de Kfar Chouba, que não quis ser identificado.
Outro morador indicou que os panfletos foram lançados duas vezes, porque o vento os levou para longe da aldeia fronteiriça.
"Aos habitantes do sul do Líbano, informamos que o Hezbollah terrorista está a infiltrar-se nas vossas casas e terras", lia-se no panfleto.
"Devem pôr termo a este terrorismo para vossa própria segurança", acrescenta o texto, advertindo a população de que a ajuda ao Hezbollah a expõe "ao perigo".
A violência no sul do Líbano causou 129 mortes desde 08 de Outubro, incluindo cerca de 91 combatentes do Hezbollah, 17 civis, incluindo três jornalistas, e um soldado do exército libanês, de acordo com uma contagem da AFP.
Segundo as autoridades, pelo menos seis soldados israelitas e quatro civis foram mortos em Israel nos ataques a partir do Líbano.
Nos últimos dias, o exército israelita intensificou os seus bombardeamentos particularmente destrutivos contra as aldeias fronteiriças, segundo os habitantes.
Esta é a primeira vez, desde o início da violência, que Israel lança panfletos sobre o sul do Líbano, tendo utilizado a mesma tática durante a guerra com o Hezbollah em 2006.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano em solo israelita, em 07 de Outubro.
Segundo as autoridades israelitas, 1.200 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas e 240 pessoas foram sequestradas no ataque.