Agricultores ameaçam bloquear Paris se Governo não atender às exigências

PorExpresso das Ilhas, Lusa,26 jan 2024 14:20

Os principais sindicatos agrícolas de França ameaçaram novamente bloquear as principais vias de acesso a Paris se o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, não responder às suas reivindicações num discurso previsto para hoje à tarde.

"Não nos privamos de bloquear Paris. Podemos bloquear as rodovias, os principais eixos. Estamos determinados a conseguir medidas muito concretas", disse hoje Cyrille Milard, responsável da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA) no departamento de Seine-et-Marne, na região de Paris.

Em declarações à rádio France Info, Milard sublinhou que a intenção não é ir à capital com tratores, mas se instalar nos seus principais acessos.

O presidente dos Jovens Agricultores [JJAA - segunda organização mais representativa do setor e muito próxima da FNSEA], Arnaud Gaillot, afirmou que se o Governo francês não responder às suas exigências, consultará as bases e "a pressão terá que aumentar (...)".

A pressão já se tornou evidente na manhã de hoje em vários pontos da região de Paris, como em Fontainebleau, em Meaux e em particular em Senlis, onde se localiza a autoestrada A1, que foi bloqueada no sentido de Lille e Bruxelas.

Os bloqueios repetem-se em dezenas de outras estradas e troços de autoestradas em toda a França, como em Carbonne, na autoestrada A64 a sul de Toulouse, em direção a Tarbes.

O Governo do Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu aos agricultores que não haverá intervenção das autoridades, exceto em casos de violência.

Mais cedo, os ministros da Agricultura, Marc Fesneau, e da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, organizaram uma reunião para dar seguimento às negociações - que decorrem até 31 de janeiro - entre os agricultores com os industriais e com as empresas de distribuição, redes de supermercados e hipermercados.

Uma das principais reivindicações dos agricultores é que o Executivo francês garanta o cumprimento da chamada "Lei Egalim", que impõe à indústria e à distribuição o pagamento dos produtos agrícolas pelo menos ao custo da produção.

Entre outras exigências elaboradas pela FNSEA, que são em torno de 40, estão a manutenção das isenções fiscais para o diesel agrícola, a redução da burocracia e dos controlos aos quais os agricultores estão sujeitos. Também mudanças nas políticas europeias para evitar importações de alimentos que tenham vantagens competitivas na produção.

Durante os protestos dos agricultores, que duram há meses, já morreram duas pessoas.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,26 jan 2024 14:20

Editado porAndre Amaral  em  22 out 2024 23:25

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