A maioria das vítimas foi morta na estrada que liga Mbau a Kamango, perto de Mamove, de acordo com o portal de notícias democrático-congolês Actualite.
"O que é preocupante é o facto de as Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) se deslocarem livremente de aldeia em aldeia, matando pessoas inocentes, apesar dos avisos da população às forças de segurança", disse um porta-voz da sociedade civil na região, Espoir Lutswamba.
Para pressionar as autoridades a assumirem responsabilidades e a adopção de medidas e ainda em homenagem às vítimas, as organizações civis apelaram a um dia de luto e à cessação das actividades educativas e socioeconómicas.
Entretanto, um grupo de mulheres de chefes e dirigentes do Kivu Norte, denominado Sauti la Mama Mukongomani (A Voz das Mães de Kongomani), publicou um manifesto em que apela ao Presidente do país, Felix Tshisekedi, para que tome medidas urgentes para proteger a população civil.
As mulheres pedem ao Presidente uma "solução urgente" para a guerra com outra organização rebelde, o Movimento 23 de Março (M23), e a recuperação de todos os territórios controlados por este grupo armado.
As mulheres denunciaram igualmente os bombardeamentos de zonas civis, que provocaram a deslocação forçada de pessoas e o recurso à violência sexual, e apelam a uma maior participação das mulheres nos processos de decisão.
O M23 é um grupo rebelde constituído maioritariamente por tutsis democrático-congoleses e que actua sobretudo na província de Kivu do Norte.
Após um conflito entre 2012 e 2013, a República Democrática do Congo e o grupo assinaram um acordo de paz em Dezembro.
Durante os combates, o exército da RDCongo foi apoiado por tropas da ONU.
O grupo lançou uma nova ofensiva em Outubro de 2022, que se intensificou em Novembro, provocando uma crise diplomática entre a RDCongo e o Ruanda sobre o papel de Kigali no conflito e causando preocupação na região sobre a possibilidade de um conflito entre os dois países.