Segundo a agência espanhola, no início da manifestação, em que também foi exigida a demissão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi respeitado um minuto de silêncio em memória dos mais de 500 militares mortos desde 07 de outubro.
Na manifestação também se contestou a lei que liberta os estudantes ultraortodoxos do serviço militar.
Apesar da participação de milhares de pessoas, a adesão ao encontro ficou abaixo dos níveis registados nos protestos contra a reforma judicial proposta por Benjamin Netanyahu, realizados antes da guerra contra o Hamas.
"Não é tão potente como dantes, mas agora é mais importante que nunca. Antes era um debate sobre a natureza da democracia. Agora é pela vida das pessoas", afirmou um dos manifestantes, Amit, ao jornal The Times of Israel, citado pela Europa Press.
Na manifestação participou ainda o ex-ministro da Defesa Moshe Yaalon, que atribuiu a Benjamin Netanyahu as responsabilidades pelo ataque do Hamas em 07 de outubro.
"A responsabilidade dos chefes da Defesa é clara (...), pelo que os deixemos lutar com paz mental, mas o senhor, Netanyahu, é responsável, pelo que também é culpado", argumentou.
Já o tenente Or Scheinberg, ferido gravemente durante a guerra, disse que agora é a "oportunidade de renovar o contrato" que tinha com as sociedades daquela região.
"Nós, judeus e árabes, a direita e a esquerda, vamos fazê-lo juntos (...). Peço ao Governo mais fraco da nossa história: vão embora", indicou.
Por último, uma sobrevivente do ataque de 07 de outubro que passou dois meses hospitalizada devido à inalação de fumo, Elai Hogeg Golan, culpou o primeiro-ministro israelita de ter impulsionado o Hamas e pediu a convocação de eleições antecipadas.
Golan afirmou que Benjamin Netanyahu financiou o Hamas durante anos e permitiu o massacre, numa acusação acompanhada por gritos de "Culpado" ou "Vergonha".
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 29 mil mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.