Os serviços meteorológicos admitiam que o ciclone passasse apenas ao largo da ilha africana, mas este mudou de rota e atingiu o norte da nação insular na quarta-feira, com ventos fortes que derrubaram árvores e torrentes de água que atingiram as aldeias onde as casas foram arrastadas.
O ciclone Gamane enfraqueceu nas últimas horas, mas é pouco provável que abandone a costa malgaxe antes de sexta-feira, segundo os serviços meteorológicos.
O impacto atingiu três regiões com particular intensidade: Analanjirofo (seis mortos), Sava (cinco) e Diana, onde, até à data, não foram registadas mortes.
Com a subida do nível das águas, alguns habitantes destas zonas refugiaram-se em telhados e árvores, com medo de serem arrastados pelas cheias, à espera de serem resgatados pelas autoridades.
Numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, o diretor-geral do BNGRC, Elack Olivier Andriakaja, afirmou que "uma grande parte da população afetada pela tempestade recusou ser transferida para os campos (de socorro) e preferiu ser acolhida por familiares".
Madagáscar tem habitualmente uma estação anual de tempestades tropicais que dura de outubro a abril e que, por vezes, provoca grandes perdas de vidas e danos materiais.
No ano passado, o ciclone tropical Freddy causou mais de 600 mortes em Madagáscar, no Malawi, e em Moçambique, ao atingir estes países por duas vezes, em fevereiro e março, segundo a ONU.
Organizações como a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho apelaram então à União Africana e à União Europeia para que "invistam urgentemente em ações locais para combater os efeitos da crise climática" em Madagáscar e noutras partes de África.