"Espero sinceramente que a China tenha a confiança necessária para cooperar com o Governo legítimo e democraticamente eleito em que o povo de Taiwan confiou. Este é o caminho certo para as trocas entre os dois lados do Estreito", disse Lai, líder do Partido Democrático Progressista (DPP), em conferência de imprensa.
Se as autoridades de Pequim só estiverem dispostas a seguir as "condições" estabelecidas pela oposição, referindo-se ao principal partido da oposição da ilha, o Kuomintang (KMT), estas trocas "não conseguirão ganhar a confiança e o apoio" da sociedade taiwanesa, disse Lai.
"Se as coisas continuarem como estão, isso não será necessariamente benéfico para a China e não terá um impacto positivo no desenvolvimento pacífico de ambos os lados do Estreito de Taiwan", disse Lai, que apresentou a sua equipa para a política externa, segurança nacional e defesa.
Desde que o DPP formou Governo na ilha, em 2016, as relações entre China e Taiwan esfriaram: o diálogo oficial entre Taipé e Pequim está suspenso há oito anos, as tensões militares no Estreito aumentaram e as autoridades chinesas endureceram o seu discurso a favor da "reunificação nacional".
Pequim insiste que qualquer diálogo com o Governo de Taiwan deve ter lugar com base no facto de ambos os lados do Estreito pertencerem a "uma só China", uma tese defendida pela liderança do KMT, mas rejeitada liminarmente pelo DPP, cujos líderes defendem que este diálogo deve ser conduzido em condições de "igualdade".
O Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu em 10 de Abril ao antigo líder taiwanês Ma Ying-jeou (KMT) que "não há forças que possam separar Taiwan da China" e que as "diferenças" nos sistemas políticos de ambos "não podem mudar o facto de que os dois lados são um só país".
"Enquanto não houver separação, enquanto ambos os lados reconhecerem que são chineses, os compatriotas de ambos os lados do Estreito podem sentar-se juntos, iniciar contactos e realizar intercâmbios como membros de uma só família", afirmou Xi.
O Presidente eleito de Taiwan - considerado um "independentista" aos olhos de Pequim - e os restantes membros do Governo tomarão posse em 20 de Maio.