Num comunicado do gabinete do chefe de Governo israelita, Netanyahu reconheceu que o esforço militar "está a ser realizado no meio de uma complicada pressão internacional", mas assegurou que não será essa pressão que irá alterar a estratégia de guerra contra o grupo islamita Hamas.
"Posso garantir uma coisa: não será por isso que vamos mudar esta realidade", disse Netanyahu, referindo-se ao combate contra o Hamas na Faixa de Gaza, desencadeado após o ataque deste movimento extremista em território israelita a 07 de Outubro.
O primeiro-ministro israelita aproveitou para demonstrar o seu apoio às Forças Armadas, ao mesmo tempo que sublinhou que o seu país se encontra numa situação difícil em várias frentes: a sul, em Gaza; a norte, com o fogo cruzado diário com o Hezbollah no Líbano; e no centro do país, com a escalada de violência na Cisjordânia.
Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, anunciou que Espanha "vai intervir no procedimento" do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) iniciado pela África do Sul relativamente à guerra em Gaza, em que acusa Israel de cometer genocídio.
O Governo espanhol - que esta semana reconheceu o Estado Palestiniano - junta-se assim ao México, Colômbia, Nicarágua e Líbia, países que já apoiaram o processo, e ao Chile, cujo presidente Gabriel Boric anunciou no dia 01 de Junho que também o faria.
Além disso, 17 países -- incluindo Portugal - lançaram um apelo conjunto a favor de um cessar-fogo e da libertação dos reféns, que o Governo dos EUA tornou visível num comunicado.
A declaração é assinada pelos líderes dos Estados Unidos, Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polónia, Portugal, Roménia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido.
Como pano de fundo, Israel continua imerso em negociações com o Hamas, mediadas pelo Egipto, Qatar e Estados Unidos, sem que nenhuma das partes desista da sua linha vermelha: o fim da guerra.
"Um acordo que não inclua explicitamente um cessar-fogo permanente não faz qualquer sentido", assegurou hoje o Hamas, referindo-se à proposta de tréguas anunciada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, que deixa o fim definitivo da guerra como questão em aberto para ser negociada numa fase posterior.