O porta-voz militar dos huthis, Yahya Sarea, disse num comunicado que o movimento apoiado pelo Irão lançou a barragem de mísseis contra "alvos importantes" na cidade de Eilat, que não especificou, afirmando que a operação foi levada a cabo "com sucesso".
A afirmação surge depois de o exército israelita ter anunciado que interceptou um míssil sobre o Mar Vermelho, lançado do Iémen nas primeiras horas da manhã, afirmando que, embora o míssil não tenha entrado em território israelita, fez disparar as sirenes em Eilat, em caso de queda de estilhaços.
A Arábia Saudita, que se situa entre o Iémen e Israel, tem sido acusada em várias ocasiões pelos rebeldes iemenitas de actuar como primeira linha de defesa de Israel e de interceptar drones e mísseis lançados pelos huthis contra o território israelita, embora Riade nunca se pronuncie sobre estas acções e se distancie do conflito entre as duas partes.
"O Reino da Arábia Saudita não tem qualquer ligação ou envolvimento no ataque a Al Hodeida", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa saudita, brigadeiro-general Turki al-Maliki, numa declaração concisa divulgada pela agência noticiosa oficial saudita SPA.
O porta-voz do Ministério da Defesa saudita sublinhou ainda que o país não permitirá que qualquer entidade viole o seu espaço aéreo, depois de terem circulado rumores de que a Arábia Saudita teria autorizado Israel a bombardear o porto de Hodeida.
Na verdade, o reino árabe apelou para a "contenção" quando os EUA e o Reino Unido lançaram uma campanha de bombardeamento em meados de janeiro contra as posições huthis no Iémen, em retaliação aos ataques do grupo apoiado pelo Irão à navegação comercial no Mar Vermelho.
O ataque foi o primeiro de Israel em território iemenita e surgiu em resposta ao lançamento de um drone huthi no dia anterior, que fez um morto na cidade mediterrânica israelita de Telavive, na primeira acção dos rebeldes com vítimas mortais.
Os huthis, movimento xiita rebelde apoiado pelo Irão, estão a atacar há meses, ao largo das costas do Iémen, navios que consideram ligados a interesses israelitas, em solidariedade com os palestinianos de Gaza, e dispararam mísseis contra cidades israelitas, a grande maioria dos quais foi intercetada.
Os huthis integram o chamado "eixo de resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo islamita palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do grupo palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 38 mil mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do pequeno enclave palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.