Seis presos políticos russos desaparecidos

PorExpresso das Ilhas, Lusa,31 jul 2024 8:51

O número de presos políticos russos desaparecidos aumentou de quatro identificados na manhã de terça-feira por organizações de defesa de direitos humanos para seis.

Durante a manhã de terça-feira foram mencionados os nomes de Oleg Orlov, Ksenia Fadeyeva, Lilia Chanisheva e Sasha Skolichenko.

Durante a tarde, foram acrescentados os nomes de Ilia Yashin e Kevin Lik.

Os advogados de Orlov, de 71 anos, perderam o rasto ao seu cliente em uma prisão na cidade de Sizran, na região de Samara, segundo a organização Memorial, Prémio Nobel da Paz de 2022.

As autoridades prisionais recusaram-se a informar os advogados sobre o paradeiro do activista condenado em Fevereiro a uma pena de dois anos e meio de prisão por ter escrito um artigo contra a invasão russa da Ucrânia.

A Memorial argumentou que não devia ter havido transferência de prisão até que estivesse concluído o processo de recurso.

Desconhece-se também o paradeiro de Ksenia Fadeyeva, antiga deputada municipal da cidade siberiana de Tomsk e colaboradora do falecido líder da oposição, Alexei Navalny.

Condenada a nove anos de prisão sob a acusação de coordenar as actividades de uma organização extremista, Fadeyeva foi transferida para uma penitenciária na cidade siberiana de Novosibirsk.

Situação semelhante vive Lilia Chanisheva, que está a cumprir nove anos e meio de prisão por acusações de extremismo, depois de anos como representante de Navalni na região da Bashkiria.

Chanisheva foi a primeira activista a enfrentar, em 2021, um processo-crime por extremismo devido às suas ligações a Navalni.

O portal Medusa informou que a artista Sasha Skolichenko foi transferida no domingo da prisão de São Petersburgo, onde estava a cumprir uma pena de sete anos, para um destino desconhecido, segundo os seus amigos.

Presa por trocar etiquetas de preços num supermercado de São Petersburgo por mensagens sobre os crimes de guerra russos na Ucrânia, foi reconhecida como prisioneira política pela Amnistia Internacional.

Os advogados de Yashin, condenado a oito anos e meio de prisão por criticar a invasão da Ucrânia, vieram, entretanto, declarar que também não têm contacto com o seu cliente, do qual a desconhecem a localização.

Segundo a sua advogada Tatiana Solomina, a administração da prisão na qual Yashin estava a cumprir a sua pena limitou-se a dizer que este tinha sido transferido para destino desconhecido.

Por fim, também se perdeu o contacto com Kevin Lik, um cidadão germano-russo, de 19 anos, considerado culpado de alta traição por fotografar posições das tropas russas e enviar as imagens para "representantes de um país estrangeiro".

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,31 jul 2024 8:51

Editado porAndre Amaral  em  22 nov 2024 23:26

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