Venezuela: Nove países latino-americanos criticam ordem de detenção de opositor

PorExpresso das Ilhas, Lusa,3 set 2024 14:42

A ordem de detenção de um tribunal especializado em crimes de terrorismo na Venezuela contra o opositor Edmundo González Urrutia foi hoje criticada por nove países da América Latina, para os quais está em curso uma "perseguição política".

"Este mandado de detenção cita vários alegados crimes que não são mais do que mais uma tentativa de silenciar o senhor González [e] ignorar a vontade popular venezuelana", indica um comunicado emitido pelos nove países.

O texto é subscrito por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Da mesma forma, sustenta que, num país "onde não há separação de poderes nem garantias judiciais mínimas, e onde abundam as detenções arbitrárias", que, além de "perseguição política", estão em causa "práticas ditatoriais".

"Os nossos esforços serão firmes e contínuos para exigir que as autoridades venezuelanas garantam a vida, a integridade e a liberdade de Edmundo González Urrutia", conclui o texto.

A Procuradoria da Venezuela requereu na segunda-feira a um tribunal especializado em crimes de terrorismo que emita uma ordem de detenção contra o candidato presidencial da maior coligação da oposição, Edmundo González Urrutia.

A acusação envolve a suposta prática de crimes de "usurpação de funções" e "falsificação de documento público", relativamente aos registos eleitorais das presidenciais do passado dia 28 de Julho.

O pedido foi feito depois de o Ministério Público ter convocado González Urrutia em três ocasiões e o opositor ter decidido não comparecer, por não saber em que qualidade deveria responder e por não reconhecer os crimes que o Ministério Público lhe atribui.

De acordo com um documento da entidade datado de hoje, o opositor é também acusado de incitamento à desobediência às leis, conspiração, sabotagem para danificar sistemas e associações para cometer um crime.

A investigação a González Urrutia está relacionada com a publicação de um 'site' no qual a principal coligação da oposição -- a Plataforma Democrática Unitária (PUD) -- afirma ter carregado 83,5% dos registos eleitorais recolhidos por testemunhas e membros da mesa na noite eleitoral.

O PUD divulgou esta acta, que o executivo qualifica de falsa, depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado o actual Presidente, Nicolás Maduro, como vencedor das eleições, apesar da denúncia de fraude pela da oposição e das objecções colocadas por numerosos países, alguns dos quais a apoiar González Urrutia como vencedor por uma larga margem.

Na quinta-feira, quando foi tornada pública a terceira convocatória, o Ministério Público avisou que, caso o político não voltasse a comparecer, seria emitido o "respectivo mandado de detenção" por considerar que "se encontra em situação de risco de fuga".

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,3 set 2024 14:42

Editado porAndre Amaral  em  19 set 2024 14:21

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