Pyongyang "não deve contribuir" para o conflito e deve "abster-se de fazer qualquer coisa nesse sentido", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Kathrin Deschauer, numa conferência de imprensa habitual do governo em Berlim.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu hoje, com base em informações dos seus serviços secretos, que os soldados norte-coreanos começariam a combater as tropas ucranianas a partir de domingo.
Zelensky considerou que o iminente envio de soldados norte-coreanos para a linha da frente constitui uma "escalada óbvia" por parte da Rússia, que invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022.
"O mundo tem de ver claramente o que a Rússia realmente quer, que é a continuação da guerra", segundo o responsável, que apelou ainda a "uma reação forte" da comunidade internacional.
Tanto os Estados Unidos como a Coreia do Sul indicaram que cerca de 3.000 soldados norte-coreanos já estão a treinar na Rússia para entrar na guerra integrados nas fileiras de Moscovo.
Há dois dias a NATO indicou que os seus países-membros dispunham de provas sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, admitindo o risco de uma escalada da guerra na Ucrânia apoiada por vários aliados de Moscovo.
Na quinta-feira, autoridades militares de Kiev indicavam que as primeiras unidades de soldados norte-coreanos já teriam chegado à zona de combates na região russa de Kursk.
"As primeiras unidades do exército norte-coreano, que foram treinadas em campos de treino no leste da Rússia, já chegaram à zona de combate" entre a Ucrânia e a Rússia, indicaram os serviços de inteligência militar ucranianos (GUR) num comunicado de imprensa.
Uma informação que surgiu no mesmo dia em que os deputados russos votaram, por unanimidade, a ratificação do "tratado de parceria estratégica abrangente" com a Coreia do Norte, que prevê a assistência mútua em caso de agressão armada por parte de um terceiro país.
O Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu na quinta-feira que o seu país e a Coreia do Norte decidirão os moldes do acordo de assistência militar, sem desmentir informações sobre a presença de soldados norte-coreanos na Rússia.
Os norte-coreanos têm negado ter fornecido à Rússia novas forças para o seu ataque à Ucrânia, com um representante de Pyongyang na ONU a chamar-lhe um "rumor infundado".
Nos últimos meses, Pyongyang já tinha sido acusado pelo Ocidente de fornecer bombas e mísseis ao exército russo.