Há relatos de que 12 milhões de sudaneses tiveram de fugir de suas casas desde o início dos combates. Os rebeldes estavam a ocupar o Palácio Presidencial, em Cartum.
Nesta sexta-feira, agências de notícias internacionais informaram que o Exército reconquistou o local sob forte resistência dos integrantes da RSF. Em vídeos publicados na internet, as tropas sudanesas mostram imagens de dentro do Palácio.
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou a morte de dezenas de civis, nos últimos dias, incluindo trabalhadores humanitários voluntários, em bombardeios e artilharia pesada empregados na ofensiva.
A ONU recebeu relatos de que os combatentes da RSF e milícias aliadas teriam invadido casas no leste de Cartum e executado moradores, realizando ainda prisões arbitrárias e saques em clínicas médicas e cozinhas comunitárias.
Outra preocupação é com alegações de violência sexual na área de Giraif Gharb, o que agrava ainda mais a crise.
O Escritório da ONU para Assistência Humanitária (Ocha) informou que um ataque de drone matou cinco mulheres no leste de Cartum e deixou outras pessoas feridas, na terça-feira.
A agência pediu que todas as partes se abstenham da violência e de alvejar civis e estruturas civis, o que é contra o direito humanitário e internacional.
A ONU afirma que a situação no norte de Darfur também é grave.
Grupos armados ao redor da cidade de El Fasher forçaram milhares de pessoas a fugir do acampamento de refugiados de Zamzam, que está sob cerco e enfrentando fome. Serviços básicos foram suspensos devido aos riscos de segurança, aumentando a possibilidade de contaminação por doenças infecciosas transmitidas por água contaminada.
A violência intensificou-se nas últimas semanas quando o Exército sudanês aumentou a ofensiva contra os paramilitares da RSF.
Segundo analistas, a reconquista de Cartum, que caiu em 2023, no início do conflito, era considerada uma enorme vitória para o Exército do país.
Os paramilitares continuam a controlar grandes áreas do Sudão, incluindo a maior parte do oeste.
A ONU diz que a guerra civil já causou a maior crise humanitária do mundo.