Supremo decide a partir de hoje se leva Bolsonaro a julgamento por golpe de Estado

PorExpresso das Ilhas, Lusa,25 mar 2025 8:14

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil analisa, entre hoje e quarta-feira, a acusação do Ministério Público contra o ex-Presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por alegada tentativa de golpe de Estado.

Em Fevereiro, foram acusados pela Procuradoria Geral da República por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património, na sequência dos ataques de extremistas a 08 de Janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília.

Os cinco juízes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal serão responsáveis por analisar se há provas suficientes contra Bolsonaro e decidir se aceitam as acusações e iniciam um julgamento criminal.

Além de Bolsonaro, entre os arguidos estão militares de alta patente e ex-ministros do seu Governo (2019-2022), considerados homens de confiança do ex-Presidente.

A análise das acusações no STF vai decorrer em três sessões que culminarão na tarde de quarta-feira.

A abertura das sessões será conduzida pelo presidente da Primeira Câmara do tribunal, Cristiano Zanin, que dará a palavra ao juiz de instrução, Alexandre de Moraes, para apresentar o relatório sobre o caso.

Em seguida, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, argumentará sobre a acusação e, depois, antes dos votos dos juízes, os advogados de defesa apresentarão a suas considerações.

A denúncia contra Bolsonaro e o seu círculo íntimo, apresentada em Fevereiro pelo Ministério Público, acusava o ex-Presidente e outros 33 suspeitos de tentativa de abolição violenta do Estado de direito democrático, organização para o crime armado e golpe de Estado, entre outros crimes.

O procurador-geral baseou a sua acusação num extenso relatório policial, divulgado em Novembro passado, que revelou que Bolsonaro tinha "pleno conhecimento" de um plano para assassinar Lula da Silva e o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.

A conspiração, de acordo com a acusação, começou depois de o então Presidente ter perdido as eleições de Outubro de 2022 para o actual chefe de Estado, Lula da Silva.

A acusação argumenta que os arguidos procuraram neutralizar o Supremo Tribunal Federal e consideraram também "o uso de armas militares" contra Alexandre de Moraes, o juiz de instrução de vários processos contra Bolsonaro, e "a morte por envenenamento" de Lula.

O Ministério Público acredita que os acusados queriam alcançar "o controlo total dos três poderes" e estabelecer um "gabinete central" com a intenção de "organizar uma nova ordem" sem Lula no poder.

Para isso, pretendiam criar um clima de "comoção social capaz de arrastar o alto comando do exército para a aventura do golpe", o que acabou por não acontecer.

Em 08 de Janeiro de 2023, enquanto o novo Presidente brasileiro, Lula da Silva, se encontrava fora de Brasília a visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas, um grupo de radicais, apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro, influenciados por meses de desinformação sobre urnas electrónicas e medo do comunismo, invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

O ataque em Brasília foi semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-Presidente, Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse de Joe Biden, em 06 de Janeiro de 2021.

Bolsonaro tem reiterado a sua inocência e a defesa tem insistido em alegadas irregularidades no processo.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,25 mar 2025 8:14

Editado porAndre Amaral  em  25 mar 2025 18:21

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