Já é tempo de acabar com o rosto feminino da pobreza, de as mulheres serem as maiores vítimas da violência no mundo, de não poderem escolher livremente o seu modo de vida e seu destino, e de carregarem as famílias, por vezes até o país, às costas”.
Relembrando que, em Cabo Verde, a pobreza continua a afectar maioritariamente as mulheres, principalmente no meio rural (onde persiste a vulnerabilidade aos maus anos agrícolas, como o que se vive no momento), o Presidente da República põe a tónica do seu discurso na erradicação da pobreza.
É nesse sentido, juntamente com a eliminação das desigualdades de género, que devem ser direccionadas as políticas públicas, defende, “suprimindo os obstáculos que impedem que mulheres e meninas respondam aos desafios e aproveitem oportunidades de mudança”.
Assim, essa políticas “devem privilegiar as mulheres desprotegidas, sem rendimento, com emprego precário, em actividades informais, no trabalho doméstico, grande maioria das quais não desfruta dos sistemas de protecção social”, aponta Jorge Carlos Fonseca.
“As mulheres cabo-verdianas não podem ser ignoradas, nem devem ser negligenciadas, sendo uma força motora do desenvolvimento do país”, sublinhou, lembrando os diversos contributos das mesmas para o país mesmo antes da luta pela independência, em áreas tão diversas como a ciência, a arte ou o “âmbito doméstico e familiar”. “Destacam-se também as mulheres emigrantes e as imigrantes no país que têm dado contributos valiosos para o nosso desenvolvimento”, acrescentou.
No que toca a Cabo Verde, o Presidente da República congratula-se com “iniciativas governamentais e da sociedade civil para a inclusão social e a promoção das mulheres em diversas áreas, apoiadas por organismos internacionais como a ONU Mulheres, entre outros, de que se destacam a recente criação de um programa nacional de cuidados, as acções do ICIEG (Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género), da Rede de Mulheres Parlamentares de Cabo Verde e de estruturas universitárias como o CIGEF (Centro de Investigação em Género e Família), o projecto Inspired+ da Associação Cabo-verdiana da Luta Contra a VBG, os projectos da Associação Cabo-verdiana de Promoção e Inclusão das Mulheres com Deficiência, da OMCV, da Morabi, da Verdefam e da Rede Laço Branco, os movimentos cívicos como a “Womenise it” ou “Divas”, e as associações profissionais e de mulheres”.
Prestando deste modo uma homenagem a essas várias entidades que trabalham essa promoção, Jorge Carlos Fonseca sublinha a necessidade de “um maior envolvimento dos rapazes e homens nesta causa de forma a criar uma maior solidariedade e inter-ajuda”.
Na sua mensagem alusiva ao 8 de Março, o chefe de Estado expõe a lamentável situação da mulher no mundo e destaca as linhas que vêm orientando a causa da promoção dos direitos da mulher e seu alinhamento com os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, com vista a um mundo mais justo, equitativo e melhor para mulheres e homens.