A afirmação é do presidente da Associação dos Guineenses, Sene Djata, em declarações Inforpress, à margem das actividades comemorativas no âmbito do Dia da África, assinalado a 25 de Maio, promovidas este domingo pela autarquia da Ribeira Grande de Santiago para fomentar a interculturalidade entre esses imigrantes no município.
Segundo este responsável, os imigrantes que residem na Cidade Velha não têm muitos problemas, são tratados de “igual para igual” pela população e sem nenhuma intimidação por parte das autoridades policiais, mas a dificuldade que os “persegue” é a mesma que praticamente todos os imigrantes da costa ocidental africana enfrentam em Cabo Verde.
“O nosso problema tem a ver com a documentação que temos estado a tentar obter, mas sem sucesso, e muitos imigrantes estão numa situação irregular por causa disso”, disse. Segundo Djata, se um imigrante, num país de acolhimento, tiver a documentação necessária, “terá a sua vida facilitada” e acesso aos serviços básicos.
Sene Djata, chamou ainda a atenção para o facto de não ver “nenhum sinal” por parte das autoridades nacionais para mudar esse cenário e aproveitou para apelar às autoridades no sentido de tentarem resolver essa situação, uma vez que já “fazem parte de Cabo Verde”.
O presidente da Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago, Manuel de Pina, também em declarações à Inforpress, explicou que a autarquia tem um gabinete de apoio aos imigrantes que tem ajudado, “dentro das possibilidades”, na resolução dos problemas que os mesmos apresentam.
De acordo com o edil, no município esses “imigrantes estão bem integrados e são tratados com muito carinho”, admitindo, entretanto, que “vivem os problemas normais que os cabo-verdianos têm”, como a problemática habitacional e do emprego, sublinhando que “alguns estão ilegais por causa da documentação que demora muito, mas assim acontece em qualquer parte do mundo”.
De acordo com o Plano Diagnóstico de Integração dos Imigrantes no Município, apresentado este domingo, durante as actividades comemorativas do Dia da África, pela vereadora da Juventude, Desporto, Saúde e Educação, Cláudia Almeida, Ribeira Grande de Santiago acolhe 36 imigrantes da costa ocidental africana. Destes, sete descontam para a previdência social e apenas um tem nacionalidade. Com idade compreendida entre os 20 e 45 anos, os imigrantes são na sua maioria da Guiné-Bissau, do Senegal e de São Tomé e Príncipe.