O Estado, o INPS e as companhias de seguros cabo-verdianas assinaram hoje um memorando de entendimento tendo em vista a realização de evacuações médicas em todas ilhas de Cabo Verde.
Numa cerimónia presidida pelo ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, foi anunciado que o Estado vai comprar um C212-100 Aviocar, também conhecido por CASA, que será operado pela Guarda Costeira e que chegará a Cabo Verde até final do ano, vindo de Portugal.
Luís Filipe Tavares disse igualmente que enquanto o C 212-100 não fica operacional e é colocado ao serviço da Guarda Costeira, as evacuações médicas serão asseguradas por uma empresa portuguesa que deslocará um avião (Jetstream 32), completamente medicalizado, para Cabo Verde. O ministro assegurou que este avião estará em Cabo Verde até final do mês.
A aeronave a ser colocada ao serviço da Guarda Costeira vai igualmente ser utilizada em missões de busca e salvamento e de fiscalização das águas cabo-verdianas.
Luís Filipe Tavares, questionado pelos jornalistas, recusou revelar quais os custos, tanto do contrato estabelecido com a empresa privada portuguesa, quer do da aquisição do C212-100. "Estamos a falar de vidas humanas, isso é mais importante", disse o ministro, que revelou igualmente que o Estado quer recuperar os aeródromos da Brava e de Santo Antão para que as evacuações médicas por via aérea possam ser feitas nessas ilhas.
Cabo Verde tem, ao longo dos anos, sentido sérias dificuldades quando há a necessidade de se realizarem evacuações médicas por via aérea. Depois de as missões de evacuação médica terem sido desempenhadas pela Guarda Costeira, como afirmou o ministro, o serviço passou a ser assegurado pela TACV. Com a saída da TACV do mercado inter-ilhas criou-se, de alguma forma um vazio, uma vez que a Binter Cabo Verde não tem permissão da AAC para efectuar evacuações, nem o governo estabeleceu com aquela empresa privada uma Obrigação de Serviço Público.
Dois casos de recusa de evacuação médica por via aérea marcaram a actualidade nos últimos meses. O primeiro, foi o de um homem na Boa Vista que foi ferido e teve de ser evacuado de barco para o Sal. Mais recente é o caso da parturiente, também da Boa Vista, que também não foi evacuada de avião para a Praia, tendo de ser igualmente transportada de barco para o Sal, onde acabaria por falecer.