No final do trajecto, em declarações à imprensa, Salvador Mascarenhas, um dos rostos do movimento Sokols, que promoveu a iniciativa, disse que 43 anos depois da independência há muita coisa que ainda está mal.
“Nos 43 anos de independência verificamos que muita coisa está mal e que nalgumas coisas andámos para trás (...) a fome de justiça, emprego, de saúde e, principalmente, fome de autonomia. Pensamos que se as ilhas todas tiverem autonomia, Cabo Verde terá um futuro muito mais próspero e estas fomes irão desaparecendo”, aponta Mascarenhas.
Na mesma linha, Filomena Rodrigues, activista, lamenta a forte dependência que o país ainda tem das ajudas externas e sublinha que os sucessivos governos não souberam planear bem o desenvolvimento sustentável.
“Tínhamos capacidade para estarmos melhor. Os sucessivos governos foram resolvendo os problemas nos joelhos. Não fizeram uma planificação correcta e organizada, os orçamentos de Estado não são distribuídos como deve ser. É pouco, mas se fosse bem distribuído teríamos feito melhor do que está a ser feito”, assegura.
A marcha começou no Centro Social de Ribeira Bote, via Avenida Capitão Ambrósio, em direcção à Rua de Lisboa e terminou na Avenida Marginal, no estacionamento do Centro de Pequenas Encomendas da Enapor.
Este foi o terceiro protesto de rua organizado pelo movimento Sokols, depois das manifestações de 5 de Julho de 2017 e 13 de Janeiro deste ano. Foi também aquele que registou menor adesão popular.