Em entrevista, esta tarde, à Rádio Morabeza, o porta-voz, Nuguily Lopes, explica que a camada jovem é que mais sofre com a “estagnação” do município.
“O que nos leva a realizar a manifestação é o fraco desenvolvimento do município. Os governantes locais não trabalham conforme prometeram e conforme o povo exige. O povo quer um trabalho com mais transparência. A juventude é que mais sofre com o fraco desenvolvimento de Tarrafal. Não há trabalho, a juventude está parada, bloqueada, e os governantes não fazem nada. Não há formação, não existe um centro de juventude. Os jovens estão abandonados”, diz.
Turismo, pesca e desporto são alguns dos sectores que, segundo o grupo, carece de maior atenção. O protesto é o primeiro sinal de desagrado, mas os organizadores prometem não cruzar os braços até que sejam ouvidos pelas entidades governamentais.
“Se não houver qualquer feedback, voltamos a sair à rua até sermos ouvidos. Queremos um Tarrafal melhor e digno”, garante.
A manifestação tem o apoio do movimento Sokols 2017. O presidente, Salvador Mascarenhas, diz que o protesto exprime a cidadania activa.
“Nós apoiamos esse movimento, porque é um movimento da sociedade civil, é um movimento independente, um movimento que exprime a cidadania activa a favor da sua zona do Tarrafal. A sociedade civil tem que ponderar para começar a tomar as rédeas do país, porque não está na prática dos partidos resolver os problemas que levam ao aumento do índice de felicidade das pessoas”, afirma.
A manifestação de sexta-feira, que pretende levar “centenas de pessoas” à rua, deve percorrer cerca de dois quilómetros, no trajecto Chão Bom/Vila do Tarrafal.