O protesto realiza-se a 13 de Janeiro. Em entrevista à Rádio Morabeza, Salvador Mascarenhas, um dos rostos da organização, explica que os objectivos são praticamente os mesmos do protestos anterior, frustradas que foram as expectativas com a manifestação do 5 de Julho.
“A descentralização é o nosso principal foco. Também contestamos o Orçamento de Estado, que provou mais uma vez que há um tremendo desequilíbrio na distribuição das riquezas em Cabo Verde. É uma defesa por todo o país. Estamos a defender este Cabo Verde harmonioso, equilibrado e justo para que o arquipélago se desenvolva como um todo e não a duas velocidades”, explica.
Trata-se da segunda manifestação organizada pelo movimento cívico em menos de um ano, depois do protesto nas ruas a 5 de Julho. Desta vez, segundo Salvador Mascarenhas, a ideia é que todas as ilhas saiam à rua em protesto contra o centralismo.
“O nosso apelo, apesar de ainda não ter sido lançado oficialmente, vai no sentido de todas as ilhas se organizarem, a sociedade civil, os partidos, para manifestarem a sua posição sobre o centralismo”, diz.
Questionado sobre o porquê da realização da manifestação exactamente no Dia da Liberdade e da Democracia, Mascarenhas diz que é mais uma oportunidade de se exigir mais democracia para o país.
“A democracia em Cabo Verde precisa chegar a um outro patamar e este [13 de Janeiro] é um dia óptimo para exigirmos mais democracia. Cabo Verde já tem 42 anos de independência, já temos maturidade suficiente ter a possibilidade, por exemplo, de a sociedade civil poder se candidatar numa lista independente ao Governo”, entende.
Questionado sobre se o movimento Sokols 2017 está a pensar nessa candidatura independente, Salvador Mascarenhas diz que “Sokols não é um partido e não pensa em candidatar-se a nenhuma eleição”.