“Basta” foi a palavra mais ouvida e presente em quase todos os cartazes na manifestação. Em declarações à imprensa, no final do trajecto, Salvador Mascarenhas, um dos rostos do movimento, exigiu respostas do poder central e local. Caso contrário, quer a demissão tanto do Governo de Ulisses Correia e Silva, como do presidente da Câmara Municipal de São Vicente.
“Estamos a canalizar a vontade do povo e todo o mundo já ouviu. Tivemos que bloqueá-lo uma vez na estrada, ele [o primeiro-ministro] ouviu e não responde porque não quer. E se ele não representa o povo de Cabo Verde e se a Câmara também não criar um gabinete para descentralização, dando resposta ao povo, então demite-se. E o Governo a mesma coisa”, diz.
O movimento promete formas de lutas “mais duras”, mas sempre pacíficas, garantido ter um caderno reivindicativo que vai ser divulgado e entregue ao executivo de Ulisses Correia e Silva.
A manifestação começou na Praça Estrela, via Rua de Coco, em direcção ao centro histórico e terminou na Praça D. Luís. Chegados a este ponto, onde o movimento Sokols tinha montado um palco para os discursos, entre outras actividades culturais, houve um corte de energia eléctrica. Salvador Mascarenhas desconfia de boicote. “É uma coincidência muito grande. Desconfio tratar-se de um boicote”, entende.
Quanto à participação das pessoas, Mascarenhas faz um balanço positivo.
“Essa manifestação teve sucesso absoluto. Ainda não vi as imagens mas foi muita gente. Não sei se foi mais, igual ou menos [que a 5 de Julho] mas, sem dúvida, que é uma manifestação significativa”, afirma.
Esta foi a segunda manifestação convocada pelo Sokols em menos de uma ano. A primeira realizou-se a 5 de Julho.