O presidente do movimento, Salvador Mascarenhas, que falava hoje em conferência de imprensa, entende ainda que a Câmara Municipal está à deriva em termos urbanísticos e questiona o "silêncio da autarquia".Por isso, a Sokols entrega hoje um abaixo-assinado para pedir que a edilidade mostre o estudo de impacto ambiental das obras.
“Vamos tentar embargar a obra. Estamos a estudar e está quase a acontecer. Fizemos um abaixo-assinado a pedir que a Câmara mostre o estudo de impacto ambiental porque uma obra desta envergadura ou qualquer obra devia ter um estudo de impacto ambiental”, explica.
“A Câmara tem-se mostrado muda. Isto é absurdo, não dizem absolutamente nada. O facto é que esta Câmara está, em termos urbanísticos, completamente à deriva. Dá ideia que o comandante está fechado no seu quarto, o barco está à deriva e de vez em quando sai, diz uns bitaites e volta-se a fechar lá dentro”, entende.
Salvador Mascarenhas explica que a Sokols é contra apenas o que pode acontecer na sequência da construção habitacional naquela vala de águas pluviais. O movimento diz ter consultado alguns engenheiros, inclusive quem projectou o trabalho hidráulico, que se mostra contra as obras, devido aos impactos que poderá ter.
Mascarenhas questiona "o silêncio" da Ordem dos Engenheiros e da Protecção Civil e Bombeiros.
“A Ordem dos Engenheiros, o Ministério das Infra-estruturas, a Protecção Civil mantêm-se calados. Ou são ignorantes ou estão coniventes com a situação”, diz.
A Sokols, citando profissionais que diz ter consultado, diz que a única solução passaria por uma correcção torrencial em Canalona. Além da questão de segurança, Salvador Mascarenhas considera que as construções do género estão pôr em causa o aspecto urbanístico da cidade do Mindelo.
Augusto Neves diz que todo o trabalho foi feito
O presidente da Câmara Municipal de São Vicente garante que a planificação urbana em Chã de Alecrim foi minuciosamente trabalhada e estudada, antes de qualquer intervenção. Augusto Neves, que discursava hoje na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal, garante que a primeira acção da edilidade foi a correcção torrencial.
“Nós fizemos, em Chã de Alecrim, para as pessoas que não sabem, quatro diques: dois em Canalona e dois em Fonte Mestre, porque sabíamos da reorganização. O sistema urbano é evolutivo, assim como o sistema social e assim como o homem. O sistema urbano é dinâmico”, defende.
O líder da autarquia mindelense diz estranhar o facto de já ter feito requalificações em outras ribeiras, sem que houvesse qualquer protesto.
“Mas a Câmara trabalha com seriedade. Esse levantamento e essas correcções foram feitos por uma equipa técnica, através de visitas em que eu mesmo participei”, garante.