"O IILP tem problemas de recursos. Damos importância à língua portuguesa, mas temos uma situação em que com um orçamento de 30 mil e dívidas de 80 mil não se pode fazer aquilo que é exigível numa instituição como o IILP", disse Jorge Carlos Fonseca.
O Presidente da República falava, na cidade da Praia, durante uma conferência de imprensa sobre a XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que Cabo Verde acolhe a 17 e 18 de Julho, na ilha do Sal.
"Se pretendemos continuar com o IILP em Cabo Verde tem de haver uma mudança de postura de todos os países" em relação ao instituto, sustentou Jorge Carlos Fonseca, nomeadamente através do pagamento atempado das quotas para a organização, incluindo por parte de Cabo Verde.
"Não tem sentido fazer um discurso sobre a importância do IILP e da língua portuguesa, haver compromissos financeiros dos Estados e esses compromissos não serem efectivados e assumidos de facto", reforçou.
Para Jorge Carlos Fonseca pode pensar-se também em novas formas de financiamento do instituto e equacionar-se a possibilidade de as competências e funções do IILP serem assumidas por "outro tipo de organismo", como o secretariado-executivo da CPLP.
"É uma hipótese que em tese se pode colocar, mas que Cabo Verde não defende", ressalvou.
A directora do IILP, Marisa Mendonça, manifestou-se, em entrevista à agência Lusa, preocupada com o futuro desta instituição da comunidade lusófona devido à indefinição sobre quem assumirá a liderança a partir de Dezembro e devido aos recorrentes problemas financeiros motivados por falhas na transferência de verbas dos Estados-membros.
Jorge Carlos Fonseca disse ainda que espera que durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo do Sal haja manifestações de interesse por parte dos países em ocupar a direcção do instituto, que deveria ser assumida pela Guiné-Bissau.
"Ouve-se falar, mão não há sinais de interesse tão claros como em relação ao secretariado-executivo", que deverá ser assumido por Portugal, disse.