Informações fornecidas à Inforpress por fontes judiciais explicam que com esta ACP a defesa de José Arlindo Varela Semedo (Zé Pote) quer um despacho de pronúncia para que o processo que interpôs contra Zany Filomeno, por crimes de denúncia falsa, calúnia e difamação, durante o seu depoimento no julgamento do processo “caso de droga no Sal”, que o condenou a 19 anos de prisão, em Outubro de 2006, e que foi arquivado em Julho deste ano, pelo Ministério Público, vá a julgamento.
De acordo com a fonte da Inforpress, se Zany Filomeno for condenada, a defesa de Zé Pote pretende usar a sentença final para interpor um recurso extraordinário para anular a condenação de Outubro de 2006, uma vez que não é mais possível um recurso ordinário, porque o processo já transitou em julgado.
As declarações de Zany Filomeno foram peças importantes no processo que levou à condenação de cinco arguidos, entre eles Zé Pote, acusados pelo Ministério Público de envolvimento no crime de tráfico de droga, associação criminosa e lavagem de capitais.
A defesa de Zé Pote afirma que Zany Filomeno admitiu em carta publicada no jornal “A Nação” que as declarações prestadas em julgamento “são falsas porque não correspondem à verdade” e que “prestou-as por ter sido induzida a fazê-las”.
O julgamento do caso “Voo de Águia” iniciou-se a 18 de Abril de 2006 e, para além dos 13 arguidos, foram também ouvidas 18 testemunhas, quatro das quais agentes da Polícia Judiciária (PJ). Os 13 arguidos, homens e mulheres, foram acusados de tráfico de droga e associação criminosa.
Em Julho de 2004, a PJ deteve dez pessoas nos aeroportos de São Vicente e da Praia (sete no Mindelo e três na Praia) na posse de quantidades variáveis de droga que totalizaram 202 quilogramas. Nalgumas malas foram encontrados pacotes de cocaína com o carimbo de uma águia, daí a designação de “Operação Voo da Águia”.