Edil de Santa Catarina propõe encontro para analisar reclamações sobre estrada Cova/Portela/Bangaeira

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,31 out 2018 11:14

​O presidente da câmara Santa Catarina, Alberto Nunes, propõe a realização de um encontro com carácter de urgência para avaliar o traçado da estrada Cova Tina/Portela/Bangaeira, como forma de evitar o “consumo exagerado” de áreas agrícolas.

Em Chã das Caldeiras, várias pessoas têm mostrado descontentamento com o trajecto da estrada, porque “afecta várias parcelas de terrenos agrícolas” que restaram das últimas erupções vulcânicas e causa, inclusive, a “destruição de várias plantas fruteiras” como videira, macieira e outras culturas, que garantem a sobrevivência da população.

Na sequência das várias opiniões manifestadas pelos moradores de Chã das Caldeiras relativamente ao traçado da estrada, Alberto Nunes, que na semana passada visitou a obra, acompanhado de técnicos da empresa construtora, esclareceu a população quanto à preservação da área agrícola, indicando que um encontro envolvendo a própria comunidade será realizado, nos próximos dias, com esta finalidade, “evitando que seja deturpado aquilo que na verdade acontece”.

“Na semana passada, estivemos na Caldeira para nos inteirarmos da obra e fui acompanhado da equipa da empresa construtora e identificámos todos os lugares que estão com problemas, há lugares críticos e outros menos críticos”, disse Alberto Nunes, indicando que há sítios onde a estrada vai ocupar “grandes áreas agrícolas”, mostrando-se, assim, em parte, de acordo com a reivindicação dos agricultores.

O autarca advoga que tendo em conta que nas erupções vulcânicas se perdeu uma “parte significativa” de propriedade agrícola, e como forma de evitar a perda de mais área cultivável, os agricultores “têm razão para propor uma outra via” para o troço de estrada, sem prejudicar o espaço para agricultura.

“A questão está acertada entre a câmara e a empresa construtora para realização dos trabalhos, apenas no espaço onde não estão em conflito”, afirma Alberto Nunes, confirmando o envio de uma carta à ministra das Infra-estruturas, Eunice Silva, no sentido de promover um encontro, dada a particularidade da obra, entre a câmara, o Ministério das Infra-estruturas, o Instituto de Estradas, o Parque Natural do Fogo, empresa construtora, o Gabinete Técnico do M_EIA e a comunidade de Chã das Caldeiras para se encontrar a “melhor solução” para o traçado da estrada.

O edil defende a construção “sem prejudicar terrenos agrícolas”.

As obras vão continuar nos espaços que não afectam o terreno agrícola até à realização do encontro para ver a melhor solução, embora avance que qualquer solução extra vai mexer com a qualidade de estrada.

“A preservação do espaço agrícola vai mexer com qualidade e a estrada vai ter muitas curvas e aumenta até o custo da obra”, conclui o edil de Santa Catarina do Fogo.

O troço entre Cova Tina e Bangaeira, passando por Portela, tem uma extensão de pouco mais de 11 quilómetros (11.260 metros) e devia seguir o traçado do troço de terra batida que vem sendo utilizado desde a erupção vulcânica de 23 de Novembro de 2014, que destruiu a via principal de acesso a Chã das Caldeiras. Representa um investimento na ordem dos 109 mil contos, cerca de 10 mil contos por cada quilómetro.

Além do troço Cova Tina/Portela/Bangaeira, também foi adjudicado o troço carroçável entre Piorno e Campanas de Cima (saída via norte), que representa um investimento do Governo na ordem dos 300 mil contos.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,31 out 2018 11:14

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  24 jul 2019 23:22

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