Segundo João Guilherme para os armadores trata-se de um investimento sem retorno.
“Os armadores já decidiram e não vão participar nos 25 % do capital da futura concessionária, porque entendemos que não teremos o retorno do valor investido e será um valor alto. Estamos a falar num investimento de cerca de 10 milhões de escudos, para investir numa incerteza porque a companhia que vai gerir a empresa, com 75% poderá contornar os resultados finais, e os armadores nacionais só ficarão a ver navio passar”, afirma
O concurso de concessão dos transportes marítimos foi lançado a 30 de Janeiro deste ano.
O vencedor foi anunciado em Outubro, e as negociações contratuais entre o governo e a Transinsular, empresa vencedora, deverão estar já a decorrer.
O presidente da Associação Cabo-verdiana dos Armadores da Marinha Mercante acredita ainda numa solução que incluiu os armadores nacionais.
“Claro que há esta hipótese e continuamos a trabalhar neste sentido. Nós já enviamos cartas aos governantes, continuamos a achar que a solução [do transporte marítimo inter-ilhas] passa pelos nacionais. A nossa marinha, é verdade, não está em boas condições. A culpa não é só dos armadores, é também do governo. Por exemplo, o valor dos fretes mantém-se desde 2006 enquanto que os encargos para o estado, principalmente com a ENAPOR, aumentaram-se consideravelmente”,aponta.
A Associação dos Armadores da Marinha Mercante (ACAMM) considera que o concurso internacional para a concessão da gestão e exploração do serviço público de transporte marítimo de passageiros e cargas inter-ilhas, em regime de exclusividade, vai levar ao encerramento de todas as empresas marítimas nacionais, com implicações graves de ordem social, económica e financeira.