No país existem 36 unidades de dessalinização, sendo 18 pertencentes a Electra e das 9 ilhas habitadas, apenas Fogo e Brava não são abastecidas com água dessalinizada.
Hipólito Gomes afirma que os escassos recursos hídricos existentes fazem da dessanilização o único meio sustentável para a distribuição de água no país e que por isso as zonas junto ao mar não devem ser apenas reservadas para as ZDTIs.
“Essas áreas são todas utilizadas para as chamadas ZDTIs, são zonas de desenvolvimento integrado de turismo que já estão praticamente todas reservadas e estão junto ao mar. E é junto ao mar que se deve instalar as dessanilizadoras para termos ganhos. Por isso, o planeamento deve dizer: esta área é reservada para dessalinização no futuro”, indica.
Hipólito Gomes recorda que a disponibilidade hídrica em regiões de climas áridos e semiáridos é extremamente limitada, uma situação que se acentua sobretudo em regiões insulares, devido à dificuldade de transferências hídricas. Daí, segundo indica, a necessidade de um planeamento a longo prazo do fornecimento de água às populações e da racionalização de recursos.
Questionado sobre a possibilidade de redução do custo da água no quadro da melhoria da eficiência de produção e distribuição deste recurso hídrico, o engenheiro afirma que a Electra está a trabalhar na consolidação da sua capacidade de eficiência de produção e distribuição, mas que para já isso ainda não significa uma redução do custo dá água para a população.
“Teremos que primeiro consolidar essa eficiência. Essa eficiência vai-se traduzir nos dados da empresa e é com base nesses relatórios que a ARE trabalha.(...) Logicamente com essa redução dos custos, com esse aumento de eficiência a ARE vai apertar um pouco mais em termos de consumo específico e de outros dados, factores e variáveis que utilizam para uma tarifa final de consumidor”, afirma.
A dessalinização em Cabo Verde iniciou-se em 1968.
Neste momento, mais de 280 mil pessoas obtêm água através deste processo.