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Conhecidos os cinco finalistas desta I Edição do Leciona, concurso que visa “premiar as melhores práticas pedagógicas e experiências inovadoras, desenvolvidas por professores do ensino básico público, no ano lectivo 2018/2019”, falta só conhecer o vencedor.
E este será escolhido entre os professores que, este ano, se destacaram pelo seu contributo para a melhoria do ensino-aprendizagem nacional: Arsénia Cruz, professora do Fundo das Figueiras (Boa Vista); Amelindo Rosário, de Tarrafal de São Nicolau; Jaqueline Duarte, de Porto Novo (Santo Antão); Manuel P. Reis, professor em Espargos (Sal) e Silvina Andrade, da Praia (Santiago). Um deles será reconhecido como o Professor cabo-verdiano do Ano, no próximo sábado.
O Leciona, cujo regulamento está alinhado com as directivas da UNESCO, vem então reconhecer “projectos inovadores e criativos que impactam não só na sala de aula, os alunos em contexto escolar, como também na comunidade onde a escola está inserida, nas áreas culturais, sociais e do ambiente”, especifica ao Expresso das ilhas, a directora do Museu da Educação, Clara Marques.
A esta primeira edição do Prémio, aberta a todos os docentes do 1.º ao 8.º ano de escolaridade, “candidataram-se professores de todas as lhas com excepção do Maio e Brava”, conta. Feitas as inscrições (online), foram seleccionados dez semi-finalistas, cuja candidatura foi considerada válida. Depois foi criado um júri constituído por professores do ensino superior, secundário e básico, bem como por professores que trabalham na UNESCO, que avaliaram esses projectos. Feita essa avaliação, foram então identificados os cinco finalistas. Mas a avaliação não se ficou por aí, conforme explica a directora e principal impulsionadora do concurso. Para apurar o vencedor, esses finalistas apresentaram ainda um “Plano de Acção para o ano 2019-2020” e o somatório da classificação dos dois itens que ditará o vencedor.
Aquele que for então escolhido como “Professor do ano”, terá direito a uma espécie de ano de sabática, já negociado com o Ministério da Educação, por forma a ter tempo para fazer formação, palestras e outras actividades.
Será pois, nas palavras de Clara Marques, um “embaixador do Professor ao longo do ano lectivo 2019-2020”.
O Leciona - Prémio Professor Cabo-verdiano foi instituído pelo Museu da Educação (MEDUCA) e pela Associação para a Promoção do Património Educacional (ASPPEC), e conta com o alto patrocínio da Presidência da República e do Ministério da Educação. Recorde-se que o Museu da Educação é, como explica a sua directora, uma associação da sociedade civil, sem fins lucrativos, que ”preserva e valoriza todo o trabalho ligado à educação”, em Cabo Verde.
Convidado Especial
Motivar o Professor para que pense e acarinhe projectos inovadores, dinâmicos, criativos, é como se referiu, um dos efeitos que se pretende que o Prémio e seu vencedor tragam à classe educativa cabo-verdiana.
Mas a organização traz também a experiência e a inspiração de outras paragens. Assim, a gala conta com um convidado internacional que vem partilhar a sua experiência e estimular “ainda mais” os professores cabo-verdianos. José Marcos Couto Jr. é o professor brasileiro que venceu o Educador nota 10, de 2018, e que a convite da organização do Leciona vem a Cabo Verde dar o seu testemunho.
Olhando então os bons exemplos, estrangeiros e nacionais, e sabendo que há a partir de agora um prémio, o Leciona, que valoriza o seu trabalho, Clara Marques acredita que os professores se sintam, pois, mais incentivados a desenvolver projectos inovadores e criativos, de impacto. Acredita também que nos próximos anos a dinâmica do Leciona venha a crescer.
Até porque, como reitera, “o objectivo, ao institucionalizar esse prémio, é motivar professores a trabalharem cada vez mais [e melhor] porque quem ganha é o sistema educativo cabo-verdiano”.
Conferência “O Professor”
As comemorações do mês do professor têm na Gala do Professor do Ano o seu ponto alto. Contudo, esta é antecedida, hoje, por um outro evento de relevo, igualmente organizado pela ASPPEC e Museu da Educação : a conferência “O professor”.
A conferência, que decorrerá na Biblioteca Nacional, é composta por dois painéis proferidos por duas figuras que, até pelas funções desempenhadas, são marcantes na Educação em Cabo Verde: Victor Borges, antigo ministro da Educação e Jorge Brito, ex-reitor da Piaget e que durante muitos anos presidiu o Instituto Superior da Educação.
Após a conferência será lançado o Livro “Vamos brincar”, da autoria de Clara Marques, que reúne Jogos, Histórias e Cantigas de Roda que alegraram e ainda alegram os recreios (e não só) das escolas cabo-verdianas.
