Em 1858 quando Praia ascendeu à categoria de cidade – a vila tinha surgido em 1615 e tirou o estatuto de capital do país à Ribeira Grande de Santiago em 1770 - a sua população residente era de 7 317 pessoas, das quais 4075 mulheres e 3242 homens. Cinco anos após a independência do país, em 1980, a população da cidade situava-se nos 40 310 indivíduos.
A maior cidade cabo-verdiana teve desde sempre o Plateau – ou Platô – como seu centro. Aí foi construído nos finais do século XIX aquele que é hoje o Palácio Presidencial.
No ano em que se atribuiu a categoria de cidade a Praia não havia mais do que uma única escola primária - a primeira de Cabo Verde - no território (isso para 559 alunos distribuídos por 9 professores) e uma escola secundária (para 489 alunos distribuídos por 14 professores; o Liceu Nacional, criado em 1861 foi o primeiro de Cabo Verde mas viria a ser descontinuado). Médicos eram quatro, auxiliados por 16 enfermeiros. Hoje, já existe ensino pré-escolar, são 47 as escolas de ensino básico, 11 do ensino secundário, 186 médicos e 237 enfermeiros.
As condições de vida não poderiam senão melhorar. Em 2017 as estatísticas apontavam que a cidade capital de Cabo Verde tinha 91,08% de cobertura de rede eléctrica, 62.1% das casas tinham ligação à rede pública de água, 85.5% das habitações possuíam casa de banho e 85.2 tinham acesso à rede de esgoto.
Requalificação urbana, aposta da edilidade. Vacas à solta, desobediência sem fim ao Código Municipal
“Durante a administração portuguesa, só o planalto central (chamado Plateau) é que era considerado como parte integrante da cidade, digno de ser urbanizado e concentrando os serviços. Foi só depois da independência que se aceitou a realidade que a cidade da Praia já englobava também todas as zonas circundantes”, lê-se num texto publicado no portal da UCCLA. Hoje Praia cidade tem um território 258 Km2, dezenas de bairros, o mais populoso dos quais Achada de Santo António, seguido de perto por Palmarejo.
Marcas culturais como a Atlantic Music Expo, o Kriol Jazz FestivalPraia, o festival da Gamboa, o Grito Rock, a Noite Branca, entre outras, fizeram a cidade ganhar o titulo de Cidade Criativa, atribuído pela UNESCO, e de segunda Cidade mais Cool de África, por agrupamento de agências turísticas europeias.
Praia faz parte da rota das cidades Magalhânicas (ponto de passagem de Fernão de Magalhães na sua viagem de circum-navegação); foi ponto de paragem do Beagles, tendo o jovem Charles Darwin aqui registado no seu diário de viagem algumas espécies animais e vegetais; Praia é até 2020, juntamente com Cidade Velha (Ribeira Grande), capital cultural da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.