“O jornalismo não faz sentido se for apenas correia de transmissão”, sublinhou o administrador do Observador, “todo o jornalismo deve investigar, verificar e explicar tudo aquilo que nos chega como informação bruta. A investigação é um dos instrumentos básicos da função de jornalista. Não é preciso descobrir Watergate para fazer investigação. Investigação é a nossa ferramenta de todos os dias e é o que nos permite distinguir a notícia falsa da verdadeira”.
Este é o caminho que o jornalismo, em todo o lado, deve seguir. Só assim, disse José Manuel Fernandes, se pode fazer um trabalho diferente daquele que hoje em dia é acessível a qualquer cidadão. Nós verificamos, damos uma garantia de veracidade e acrescentamos valor porque podemos explicar, enquadrar e também podemos ir mais longe, ir atrás da verdade que está escondida”.
O administrador do Observador desmistificou igualmente o poder das Fake News. Como referiu José Manuel Fernandes, “sempre houve boatos, e não precisaram da Internet para ter consequências tenebrosas, por isso, não exageremos. Agora, o que as redes sociais e a internet permitem é que seja tudo muito rápido, mas a rapidez é uma faca de dois gumes, também permite muito rapidamente desmontar as falsidades”.
E a pressão do tempo é, exactamente, um dos desafios com que se debate o jornalismo contemporâneo. “Às vezes, é verdade, esta rapidez não dá ao jornalista tempo para investigar. Antigamente, dizia-se que a verdade era a verdade possível até à hora de fechar o jornal, agora é a verdade possível no segundo seguinte. Mas ao mesmo tempo também temos muitíssimas mais fontes de informação rápidas. No fundo, o mundo é diferente”, concluiu José Manuel Fernandes.
Na próxima edição, dia 8, o Expresso das Ilhas trará uma entrevista alargada com o administrador do Observador.