Rabidantes em São Vicente queixam-se de alegada perseguição

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,11 jul 2019 14:31

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Vera Gomes, uma das 'rabidantes' em protesto
Vera Gomes, uma das 'rabidantes' em protesto(Rádio Morabeza)

Um grupo de vendedoras ambulantes manifestou-se esta manhã, em frente à Câmara Municipal de São Vicente. As ‘rabidantes’ queixam-se de uma alegada perseguição, por parte de fiscais da autarquia.

Conscientes de que não podem ocupar os passeios, as vendedoras denunciam aquilo que consideram ser uma actuação abusiva dos fiscais.

Vera Lúcia Gomes, em declarações à Rádio Morabeza, afirma que a situação é recorrente.

“Vemos os fiscais e desatamos a correr. Os polícias [fiscais] correm atrás de nós e hoje até puxaram o pau [cacete] para bater numa colega, para lhe tirarem duas bolsas de tomates, que custavam 200 escudos, das suas mãos. Isso está certo? Isto vem acontecendo há muito tempo, já manifestámos, pedimos audiência com o presidente da câmara municipal e não fomos atendidas, não nos deixam falar, e nem fazer nada”, acusa.

Insatisfeita com a situação, Vera pede alternativas.

“O mercado da Praça Estrela não tem condições, porque há lá pessoas com dez pedras [vários espaços de venda] e outras sem nada, e não tendo, temos que nos aventurar nas ruas. Tenho filhos na escola, tenho que lhes pagar a propina, alimentação, vestuário e quem é que me dá trabalho para poder pagar as minhas despesas?”, questiona.

“Que vão até ao Mercado Municipal ou na Praça Estrela e dêem um espaço para cada um montar a sua venda. Mas sem condições na Praça Estrela, e sem lugar no Mercado Municipal, só nos resta a rua”, indica.

A ‘rabidante’ também alerta para o facto de os produtos apreendidos não serem supostamente devolvidos aos donos.

Edneia Silva, estudante universitária, que também vende na rua, como forma de sustento, lamenta que a autarquia nunca se tenha reunido com os vendedores ambulantes para, em conjunto, encontrarem uma solução.

“Nunca, nem o presidente da Câmara Municipal, nem os fiscais vieram até nós para nos perguntar porque é que vendemos nas ruas. Pessoalmente, não tenho tempo para vender no mercado, porque sou estudante universitária e esta é uma forma que arranjei para ter dinheiro, para estudar e me sustentar. Saio das aulas, ao contrário dos outros alunos, que vão para as suas casas, vou ao mercado buscar a banheira, coloco-a na cabeça para sair na venda”, afirma.

Contactada pela Rádio Morabeza, a autarquia remeteu para mais tarde uma reacção sobre o protesto.

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,11 jul 2019 14:31

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  5 abr 2020 23:21

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