A Assembleia Geral da ONU, em Novembro de 2009, instituiu o 18 de Julho como Dia Internacional Nelson Mandela, data do nascimento deste líder sul-africano.
Com esta decisão, que contou com o consenso de 192 países membros, a Organização das Nações Unidas (ONU) quis homenagear a dedicação de Mandela a serviço da humanidade pela resolução de conflitos, pela relação entre as raças, promoção e protecção dos direitos humanos, a reconciliação, igualdade de géneros e direitos das crianças e outros grupos vulneráveis.
Quis-se igualmente reconhecer a sua contribuição para a democracia internacional e a promoção da cultura da paz através do mundo.
Lígia Herbert, professora universitária, entende ser necessário que os alunos cabo-verdianos conheçam os grandes homens da África, como Nelson Mandela.
“É preciso também trazer os nomes e a história da África para que comecem a conhecer melhor o continente”, propõe, acrescentando que, a nível da literatura, em Cabo Verde não se estuda produções escritas africanas.
Para Lígia Herbert, é nas escolas que se forma pessoas com consciência histórica.
Por sua vez, o investigador Nardi Sousa é preciso instituir o conhecimento sobre a história da África.
“Este desconhecimento [sobre a história de África, faz também com que muitos não se interessem profundamente por Nelson Mandela e outros grandes africanos”, afirmou.
Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior da África do Sul, onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, Mandela recusou esse destino aos 23 anos ao seguir para a capital, Joanesburgo, e iniciar sua actuação política.
Vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1993 e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã), Mandela é considerado como o mais importante líder da África Negra.
Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se num jovem advogado na capital e líder da resistência não violenta da juventude, acabando como réu num infame julgamento por traição.
Mandela, pela sua luta contra o apartheid (segregação racial) foi preso e passou 27 anos na prisão, tornando-se no prisioneiro mais famoso do mundo, e, finalmente, o político mais galardoado em vida e responsável pela refundação do seu país como uma sociedade multi-étnica.
Depois de uma campanha internacional, ele foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil na África do Sul.
Primeiro presidente negro da África do Sul, Mandela faleceu no dia 5 de Dezembro de 2013, tendo a sua morte sido anunciada pelo seu sucessor Jacob Zuma.
“A nação perde seu maior líder. Ainda que soubéssemos que esse dia iria chegar, nada pode diminuir o nosso sentimento de perda profunda”, declarou Zuma.