Vendas de Natal : Compras crescem na Praia

PorSheilla Ribeiro,29 dez 2019 10:39

O ano passa num fio e... de repente, o movimento de pessoas e carros no centro histórico do Plateau avisa que já se aproxima o Natal. Todo a gente, ou quase toda, vai às tais compras. Os produtos procurados variam desde os ingredientes para a ceia das famílias até às habituais prendas. Do lado dos comerciantes, cada um com a sua sorte. Se uns vendem bem, outros nem por isso.

A responsável da Loja Manuel dos Anjos no Plateau, Ilda Carvalho, confidenciou ao Expresso das Ilhas que este ano as vendas “estão melhores” do que no ano passado. Até porque, conforme disse, no ano passado tinham um minimercado, e este ano têm um supermercado, com maior variedade de produtos.

“Fizemos uma reforma e transformamos o minimercado em supermercado, com todos os produtos que nos anos anteriores nós não tínhamos”, diz a responsável da loja, acrescentando que esta aposta fez aumentar o volume de vendas em relação aos anos anteriores.

Ilda Carvalho informou ainda que as pessoas que têm procurado a Loja Manuel dos Anjos têm comprado mais comida, eletrodomésticos, mais especificamente frigoríficos, fogão e também colchões, máquinas de lavar roupa, máquina de bolo, assim como ferro de engomar.

“Todos os anos, por esta altura, é sempre assim. Eu penso que daqui até o final do ano, as vendas possam aumentar ainda mais”, avança a mesma fonte.

Sonia Ortet é proprietária da boutique “Sonia Fashion”, um estabelecimento que ofe­rece produtos para homens e mulheres, desde calçados, vestuários, bijuteria e perfu­maria. Tem lojas em Achada São Filipe e no Praia Shopping.

Segundo esta comerciante, as vendas “têm corrido bem” em relação ao resto do ano, tendo em conta uma maior procura de roupas para a quadra festiva.

“Para os homens, por exemplo, temos vendido mais fatos e sapatos do que nas épocas normais. Os fatos normalmente são procurados para casamentos, ou algo do tipo” explica.

Sónia avançou ainda que nesta altura do ano têm vendido, tanto para homens como para mulheres, muitas roupas para jantares e festas de final de ano. “Estamos com uma montra diferente do resto do ano”.

Apesar das vendas estarem a correr bem, esta proprietária afirma que só poderá fazer contas no final do mês para saber se este ano conseguiram vender mais em relação ao ano passado, por exemplo.

Outra sorte

A vendedeira no mercado do Plateau, Zaida Rodrigues, é exemplo de quem tem vivido outra realidade. No dia em que foi entrevistada por este semanário, disse que arrumou a sua banca, onde vende verduras, desde as 6 horas da manhã e, até ao meio, não tinha vendido nada.

“Esses tomates estão aqui desde ontem e não consegui vender absolutamente nada e estão a 380 escudos o quilo, mas pode subir para 400, que é o preço a que foi vendido no ano passado por esta altura”, relatou.

Zaida considera que as vendas estão fracas, relativamente ao ano passado, na mesma época. Diz que este ano ainda está longe de atingir o volume das vendas que, normalmente, costuma fazer na época do Natal. Mas disse esperar que, antes do final do ano, as coisas melhorem, porque “está mesmo fraquinho”.

E as pessoas?

O chefe de família, Sérgio Gomes, contou que não está a pensar em gastar dinheiro com presentes para as suas filhas este ano.

“Pensei em dar-lhes dinheiro para fazerem as suas próprias compras, para gastarem com aquilo que precisam. Elas é quem sabem com o que vão gastar o dinheiro”, completou.

Em relação aos afilhados, informou este entrevistado que ao invés de gastar comprando brinquedos que poderão ser danificados em pouco tempo, prefere dar o dinheiro às mães dinheiro para fazer um almoço, por exemplo, o que, no seu ponto de vista, “é melhor do que comprar presentes”.

“Não sou muito a favor dos presentes que tenho visto nas lojas, prefiro presentes mais educativos, porque eu aposto muito na educação que é o futuro das crianças”, acrescentou.

Ainda nas suas declarações, Sérgio Gomes considerou a época do Natal como sendo especial, em que toda gente espera ter a casa fresca e, por isso, fazem compras. “Não penso que não seja um gasto exagerado. Uma vez ao ano, a festa da família”, pontuou.

“Este ano, porque esperava pela visita dos meus irmãos que residem no exterior, tive de reformar a casa de banho, sala, quarto, então gastei um bom bocado. Mas, pelo menos, posso dizer que este gasto é um investimento. Não me posso queixar porque são coisas que me beneficiam”, reforçou.

A dona de casa Francisca Alves relata que este ano teve mais gastos no Natal do que no ano anterior. Tudo porque teve de reformar a casa, uma vez que a filha mais velha que vive na Inglaterra vem passar as festas.

“O gasto foi ao dobro porque gastei muito com a pintura da casa toda e a reforma da cozinha, tudo para que a minha filha possa achar a casa bonita”, narra.

Francisca Alves sublinha que para além das obras gastou com cortinas novos, enfeites de natal, prendas e roupas para festa, além das “habituais” compras para ceia”. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 943 de 23 de Dezembro de 2019.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,29 dez 2019 10:39

Editado porJorge Montezinho  em  30 dez 2019 0:11

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