Felisberto Viera Lopes nasceu em Santa Catarina, na ilha de Santiago, em Setembro de 1937 e licenciou-se em Direito, Portugal.
Em 1957 publicou “Noti”, uma colectânea de poemas, em crioulo, do interior da ilha de Santiago contra o regime colonial.
Viera Lopes foi o denunciante de um suposto esquema que levou o Ministério Público a acusar 14 pessoas e uma empresa por vários crimes relacionados com a usurpação e comercialização ilegal e criminosa de terrenos, na cidade da Praia, pertencentes, na sua grande maioria, ao Estado, à Câmara Municipal da Praia e a privados.
Reações
A Ordem dos advogados de Cabo Verde (OACV) manifestou pesar pelo falecimento do advogado e apresentou ”sentidas condolências” à Família.
Na página da OACV, Vieira Lopes é recordado como o advogado que defendeu em tribunais a maior parte dos presos políticos na época da ditadura colonialista.
“Também teve problemas com o regime de partido único, depois da independência de Cabo Verde, chegando a deixar o país no início dos anos oitenta, por discordância com o sistema criado para o exercício de advocacia” refere a OACV para quem Vieira Lopes era modelo de inspiração da juventude de Santa Catarina dos finais dos anos sessenta.
Por sua vez, na sua nota de pesar, o Partido Popular de Cabo Verde (PP) considerou que “Cabo Verde perdeu o seu expoente máximo da luta contra a corrupção e da luta a favor dos menos protegidos”.