Igreja Católica poderá retomar celebrações com um terço da lotação dos templos

PorInforpress,12 mai 2020 16:17

A Igreja Católica poderá retomar as celebrações religiosas, depois do estado de emergência em vigor nas Ilhas de Santiago e da Boa Vista, ocupando apenas um terço da lotação dos templos.

A informação foi avançada hoje à Inforpress pelo padre Constantina, depois de um encontro entre delegações das dioceses de Santiago e do Mindelo, este por videoconferência, com os ministros da Saúde e da Administração Interna, respectivamente Arlindo do Rosário e Paulo Rocha, na Cidade da Praia.

Durante este encontro, solicitado pela igreja, o foco foi analisar com é que a igreja deve fazer as celebrações após o período de estado de emergência que está previsto para terminar às 24h00 do dia 14 de Maio nas ilhas de Santiago e da Boa Vista.

Nas restantes ilhas, que já deixaram o estado, as celebrações presenciais foram retomadas no passado dia 10, mas seguindo as orientações do Ministério da Saúde e da Segurança Social, como o distanciamento de dois metros, lavagem das mãos antes de entrarem nas igrejas e na saída, uso de máscaras e luvas e nada de contacto físico entre os fiéis.

À Inforpress, o padre Constantina disse que as dioceses, mesmo as que já iniciaram as celebrações, querem “evitar atritos”, por isso esta concertação com o Governo para poderem realizar as actividades “dentro dos parâmetros” a serem definidos.

Por agora, avançou, uma das orientações é que depois deste estado de emergência todos os espaços de celebrações devem ter uma ocupação de um terço da sua lotação para se poder garantir o distanciamento social.

Outra questão que foi discutida é a dos funerais, e a orientação também é de que se pode utilizar na igreja o mesmo estilo que se impõe para as missas, portanto um terço da sua capacidade.

No que toca aos velórios e os cortejos, afirmou que, mesmo não sendo uma acção directa da igreja, é preciso estabelecer orientações concretas, uma vez que é algo enraizado na cultura do povo cabo-verdiano “acompanhar o malogrado até à última morada”.

“É algo que tem uma sensibilidade muito forte, mais vai-se continuar a analisar para que possamos ajudar as pessoas a mudarem pouco a pouco os seus comportamentos e a terem atitudes mais consentâneas com o estado de saúde e de segurança sanitária que se exige nesses tempos”, realçou.

No final deste encontro, a Igreja Católica comprometeu-se a fazer todos os esforços para garantir a segurança dos fiéis.

“Não queremos que os fiéis que vão à igreja fiquem doentes por alguma irresponsabilidade. Vamos contribuir para que as normas sanitárias que se impõem sejam cumpridas com o máximo de rigor”, afiançou.

Para além da Igreja Católica, a Igreja do Nazareno também já começou a dar “alguns passos” para a retoma das celebrações nas ilhas fora do estado de emergência.

Por enquanto, segundo o superintendente David Araújo, as celebrações não estão a ser feitas como antes desta pandemia do novo coronavírus, mas que estão a ser realizados pequenos grupos de oração, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias.

Nesta quinta-feira, 14, será a vez de esta congregação se reunir com o Governo para que sejam delineadas todas as orientações que devem adoptar, não só nas ilhas que já saíram do estado de emergência, como nas ilhas de Santiago e da Boa Vista.

“É um assunto sério e todo o combate pode ficar inviabilizado se não estivermos em sintonia. A igreja é um lugar de socialização, onde vão sempre muitas pessoas, então queremos ser uma instituição para ajudar o Governo e a autoridade sanitária a ultrapassarem essa situação”, frisou.

Por sua vez, o pastor da Igreja Adventista, Armindo Género, informou que ainda não iniciaram as celebrações nas ilhas que já não estão em estado de emergência, porque aguardam uma comunicação oficial por parte do Governo.

“Ainda não temos permissão de reunir nos templos, nas capelas ou nos salões de culto. Todavia, estamos a espera no fim desse estado de emergência nas ilhas de Santiago e da Boa Vista e aquilo que o Governo e as autoridades de saúde podem vir a dizer, nós vamos proceder”, sublinhou.

Até lá, assegurou, vão continuar com as celebrações via televisão pública aos sábados, ou através das suas páginas no Facebook, no Whatsap ou na plataforma Zoom.

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Autoria:Inforpress,12 mai 2020 16:17

Editado porSara Almeida  em  20 fev 2021 23:20

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