Tal como aconteceu com outros milhares de cabo-verdianos, nos últimos dez dias, o Ministro da Cultura, Abraão Vicente, expressou a sua OPINIÃO, que é válida, concluindo que "não há estátuas a serem removidas em Cabo Verde".
1. O Ministro da Cultura não tem competência para decidir manter ou remover as estátuas,e por esse motivo a petição nem sequer foi dirigida a ele ou ao seu Ministério.O titular da pasta da Cultura sabe que todas as decisões sobre petições subscritas são tomadas na Casa do POVO,que é a Assembleia Nacional de Cabo Verde.
2. O MC assinala como "erro histórico" a "base" da petição e afirma categoricamente ter sido Diogo Gomes o descobridor das Ilhas,facto esse que deve ser clarificado definitivamente, criando uma comissão de historiadores especializados para esse efeito(esta sim é competência do Ministério da Cultura).
Qualquer cabo-verdiano consegue pesquisar e comprovar que a atribuição do descobrimento de Cabo Verde é atribuído a Alvise Cadamosto,em várias publicações,tal como a Enciclopédia de Cristóvão Colombo,do historiador Silvio A. Bedini.
3. Sobre a verdadeira BASE da petição,o facto de Diogo Gomes ter sido um TRAFICANTE de escravos,o Ministro não se pronunciou...Nem encontrou "erros históricos”.
A escravatura também foi uma "moda" que culminou no maior genocídio da História,com a morte de mais de 8 milhões de homens,mulheres e crianças africanas. A esperança média de vida de um escravo era de 30 ANOS...
A mesma moda fez a Alemanha a eliminar todos os símbolos de Adolph Hitler ao longo dos tempos, mantendo os campos de concentração, para memória futura. Milhões de pessoas em todo mundo,de todas as "raças" e religiões,que se sentiram violentadas e ofendidas, aderiram a esta "moda" de lutar contra o racismo estrutural e sistêmico - muito presente em Cabo Verde - acabando com a glorificação destes símbolos "históricos".
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