Cabo Verde Airlines precisa nova injecção financeira para ter liquidez - administração

PorExpresso das Ilhas, Lusa,30 jul 2020 12:06

A Cabo Verde Airlines (CVA) esclareceu hoje que a recente aprovação de uma garantia estatal de 12 milhões de dólares foi uma “formalidade” de um empréstimo anterior e que a companhia necessita nova injecção financeira para “melhorar a liquidez”.

Questionada pela Lusa sobre o aval aprovado pelo Governo ao empréstimo, oficializado esta semana, o conselho de administração da companhia aérea refere que essa garantia “não faz parte da discussão futura de financiamento em andamento entre os acionistas”, tendo a mesma resultado de um financiamento contraído anteriormente.

“Essa garantia do Estado é apenas uma formalidade final entre o Estado e o banco IIB, exigida em conjunto com a participação do Estado nas contribuições anteriores dos acionistas à companhia aérea. Por esse motivo, a garantia do Estado não disponibilizará mais fundos em dinheiro para a companhia aérea no momento”, esclarece a companhia, questionada pela Lusa.

Contudo, a administração da CVA assume que aguarda com “expectativa e esperança” de que “outras acções sejam tomadas eminentemente pelos accionistas da companhia aérea, a fim de melhorar a liquidez actual da empresa em benefício de seus funcionários, credores e todas as demais partes interessadas”.

Recorde-se que o Governo autorizou um aval estatal de até 12 milhões de dólares para a CVA garantir um financiamento bancário junto do International Investment Bank (IIB). De acordo com uma resolução do conselho de ministros, de 27 de Julho, o “Estado reconhece o manifesto interesse nacional do projecto” da companhia aérea de bandeira, privatizada em 2019, mas parada desde 19 de Março devido à pandemia de COVID-19.

A decisão, que autoriza a Direcção-Geral do Tesouro a emitir o aval, é justificada com os “importantes e desejáveis efeitos” do projecto da CVA e “considera que estão reunidas todas as condições exigíveis” para a sua concessão, no valor de "até 12 milhões de dólares".

“Tendo em conta que a mesma tem dado os seus primeiros passos após a sua privatização, ocorrida muito recentemente, o Governo entende ser necessário ainda dar suporte que vise melhorar a situação económico-financeira da empresa, evitar o seu estrangulamento e garantir a sua sustentabilidade”, lê-se ainda.

Antes da crise provocada pela pandemia de COVID-19 – Cabo Verde não recebe voos internacionais desde 19 de Março -, a administração da CVA já tinha apontado que a companhia necessitava com urgência de um empréstimo de longo prazo para garantir a sua operacionalidade.

Em Março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

O Governo concluiu este ano a venda de 10% das ações da CVA a trabalhadores e emigrantes, mas os 39% restantes, que deveriam ser alienados em bolsa, a investidores privados, vão para já ficar no domínio do Estado, decisão anunciada pelo executivo devido aos efeitos da pandemia.

A CVA transportou quase 345 mil passageiros no primeiro ano após a privatização (01 de Março de 2019 a 28 de Fevereiro de 2020) de 51% da companhia, um aumento de 136% face ao período anterior, segundo dados fornecidos à Lusa pela empresa.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,30 jul 2020 12:06

Editado porSara Almeida  em  30 jul 2020 16:13

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