Em declarações ao Expresso das ilhas, a porta-voz do grupo, Lúcia Brito, explicou que acção ocorre na sequência do caso de Gabriela Oliveira Évora na Boa Vista e de vários outros casos de feminicídio no país.
Para Lúcia Brito, embora se tenha feito algum esforço para combater a VBG, ainda é "preciso fazer muito mais".
"Quando digo fazer muito mais, falo do engajamento de toda gente, não só as entidades competentes, entidades ligadas a área de VBG, mas sobretudo a sociedade civil. Nós temos uma participação fundamental de desconstruir alguns estereótipos, desconstruir algumas ideias que temos relativamente ao relacionamento entre a mulher e o homem, mas sobretudo, educar lá em casa as nossas crianças, para ter uma cultura diferente no relacionamento", afirmou.
Neste sentido, a porta- voz apela à sociedade civil para o engajamento na manifestação e assim, em conjunto, colmatar esse flagelo.
“Esta é uma das primeiras acções, vão haver outras neste sentido por forma a nós conseguirmos resultados o mais breve possível”, avançou.
O grupo, segundo Lúcia Brito, exige uma efectivação da lei da VBG, Lei 84/VII/11 de 10 de Janeiro, em vigor desde 2011.
“A questão aqui não é a Lei, o foco é a morosidade do processo e o seguimento do processo. Nós não estamos aqui a reivindicar uma lei, porque já existe, só que efectivamente precisa ser muito mais célere e nós acreditamos que sendo mais célere obviamente vai minimizar se não eliminar, todas essas situações pelo menos de feminicídio”, ponderou.
As manifestações ocorrem na Praia, Santo Antão, São Vicente, Boa Vista, Sal pelas 16h30.
O objectivo, esclarece, é manifestar próximo às instituições e entidades competentes nesta matéria. Assim, na capital, a concentração será em frente ao Palácio da Assembleia Nacional e nas restantes ilhas, junto aos Tribunais e Palácio de Justiça.
“Esperamos muita gente, porque acreditamos que a sociedade civil já tem alguma consciência da gravidade da situação e eu acredito que toda gente também quer mudar este cenário. É uma luta de todos nós, enquanto cidadãos. Estamos a contar com uma boa adesão”, manifestou.
Sob o lema “levante a sua voz contra a VBG e ajude a fazer a diferença”, o grupo conta com parceiros como a Polícia Nacional e o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).